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Parece que a crise passa longe do Acre pela postura do seu Governo

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A maioria das categorias de funcionários públicos estaduais, inclusive os trabalhadores em educação, estão há tempos sem reajuste salarial. Os médicos que trabalham na rede pública acreana preparam um movimento reivindicatório que deve eclodir nos próximos dias. Sem falar que alguns profissionais de saúde estão deixando o Estado em busca de melhores condições de trabalho. Cooperativas e empresas terceirizadas sofrem com atrasos de repasses. Mas apesar de toda essa situação o governador Tião Viana (PT) poderá ter um reajuste salarial com o efeito cascata do aumento dos salários dos ministros do STF que tramita no Senado e poderá ser aprovado após o recesso parlamentar, consequentemente, de todo o seu secretariado. As nomeações de cargos comissionados, que na realidade têm mais funções políticas do que técnicas, não pararam em nenhum momento em 2015. Parece que realmente a crise econômica que atingiu em cheio milhões de brasileiros nem triscou os acreanos. Pelos menos aqueles privilegiados que trabalham no Governo. Será que o governador vai dizer não ao efeito cascata do reajuste dos ministros do STF?


Questão de exemplo

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Na realidade o aumento de salários da “elite” do Governo em tese não significa muita coisa. Mas o exemplo não é saudável. Enquanto a população sofre com o momento de retração na economia esse pessoal recebe reajustes nos seus já polpudos vencimentos.


Sacrifício é para todos


Muita gente tem se sacrificado nesse momento de crise econômica e o exemplo deveria vir de cima. Mas não tem vindo. Muito pelo contrário, o Governo do Estado, age como se nadasse em dinheiro. Parece que os cortes de recursos federais não atingiram a “elite” que governa o Estado.


Bola fora


O governador Tião Viana errou ao acusar os comerciantes de Cruzeiro do Sul pelos problemas da BR 364 no trecho entre Sena Madureira e o Juruá. A função primordial da estrada sempre foi a de abastecer a região de mercadorias que anteriormente vinham de balsas pelos rios Solimões e Juruá.


Quem tem a palmatória que a use


Essa informação dada pelo governador mostra a falta de fiscalização numa das estradas mais caras do Brasil. Se caminhões bi-trem estão circulando e danificando a pavimentação o DERACRE deveria estar proibindo e punindo os infratores. Então a culpa é de quem?


A lógica


Existem duas balanças na BR 364 no referido trecho. Uma em Sena Madureira e a outra próxima a ponte do rio Liberdade, no Juruá. Como caminhões imensos passam por essas barreiras sem nenhum tipo de proibição? Ninguém vê os bi-trens passando? Chegou a hora do programa Cuidando dos seus Olhos ser ampliado.


Pegou mal


Conversei com alguns comerciantes de Cruzeiro do Sul. Essas declarações de que são os culpados pela situação da BR caíram muito mal. Alguns estavam revoltados. E apesar do clima de final de ano o assunto foi muito debatido na região.


A realidade


Nunca foi fácil a logística de abastecimento do Juruá. Quando a estrada começou a se ampliar muitos comerciantes venderam as suas balsas na esperança de comprarem as mercadorias transportadas via terrestre. Trocaram balsas por caminhões e cometeram um terrível engano.

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Não foi a falta de conselho


Durante o tempo em que eu fazia programas na Juruá FM de Cruzeiro do Sul sempre bati na mesma tecla durante os meus comentários. Aconselhei centenas de vezes os comerciantes a não desmontarem o esquema de abastecimento por via fluvial. A estrada sempre foi uma incógnita e os rios uma certeza.


No Acre tudo é diferente


O transporte fluvial é o mais barato que existe. Na Europa países desenvolvidos transformaram rios importantes como o Sena e o Danúbio em vias de abastecimento de balsas. No Acre nunca houve estimulo para o aperfeiçoamento desse tipo de transporte. Mesmo São Paulo, o estado mais rico do país, investe pesado para que o rio Tietê seja uma via de abastecimento. E olha que as estradas paulistas são as melhores do Brasil.


Tudo pronto


Na Amazônia os rios estão prontos para servirem de vias. Não é preciso, como em outros lugares, investimentos para ampliação de largura e profundidade. Então por que não estimular o abastecimento fluvial? Apostaram todas as fichas numa quimera chamada BR 364.


O Amazonas


O atual Governo do Amazonas criou recentemente ao longo do rio Juruá, nos seus municípios, estações de passageiros e terminais de carga. Guajará (AM), Ipixuna (AM), Eirunepé (AM) foram contempladas com essas estações justamente para estimular a utilização do rio Juruá como a principal via de transporte regional.


Sandices


Quando ouço falar em projetos de aberturas de novas estradas no Acre para os municípios isolados (Porto Walter, Jordão, Thaumaturgo e Santa Rosa) um arrepio percorre a minha coluna. Mais destruição da floresta e estradas que não terão a manutenção adequada. Se nem a BR federal funciona imaginem essas pequenas rodovias?


Chega de demagogia


Esses projetos têm a única intenção de garantir votos em eleições. Quem conhece bem o Acre sabe que essas estradas não funcionariam. O solo, a floresta, o regime de chuvas torrenciais são obstáculos intransponíveis para essas aventuras que acabam custando milhões aos cofres públicos sem o retorno esperado.


Questão de adaptação


As gestões do Acre precisam entender melhor a logística natural do seu território. Aproveitar o potencial das suas terras, florestas e rios. Criar projetos que se harmonizem com o meio-ambiente e não ficar dando “murro em ponta de faca” e desperdiçando recursos que poderiam estar sendo investidos na saúde, segurança e educação.


Falta de projetos


Não gosto de falar de coisas que ouvi de pessoas já falecidas. É uma questão ética. Mas um dos maiores empresários que o Acre já teve costumava me dizer que nem a BR 364 tinha um projeto de engenharia adequado e nem As Ruas do Povo. Ele fazia as obras conforme chegava às suas mãos. Mas ironizava a fragilidade técnica dos projetos. E olha que essa pessoa a qual me refiro conhecia mais de engenharia na Amazônia do que muitos engenheiros doutorados. Mas a logística que se obedece no Estado é eleitoral. Obras rápidas e ilusórias de pouca duração e votos garantidos nas urnas. Uma irresponsabilidade para um dos lugares mais lindos da nossa Amazônia.


 


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