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De que lado você está? Do lado de cá ou do lado de lá?

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No Acre todo mundo tem que ter um lado. Por isso, as disputas eleitorais estão se tornando verdadeiras guerras. E o pior é que as batalhas não terminam depois de contados os votos. O exércitos continuam se fustigando através dos meios de comunicação e das redes sociais. Essa mentalidade, na minha avaliação, é daninha para o desenvolvimento do Estado. Acaba se perdendo muito tempo em ataques e contra-ataques e se esquecendo dos reais problemas que afligem a população. Além disso, muitas injustiças são cometidas e os ressentimentos de irmãos acreanos contra outros só faz frutificar sentimentos negativos.


Esse quadro de disputa contínua impossibilita a colaboração entre as pessoas. Não é porque alguém é do PMDB e o Governo é do PT que esse “alguém” não possa colaborar para encontrar a solução de um problema qualquer. Por exemplo, um médico é filiado ao PMDB ou a qualquer outro partido da oposição. Pode ser que esse profissional tenha algo a colaborar no processo de combate às epidemias de doenças tropicais tão comuns no Acre.

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Mas da maneira que as coisas acontecem atualmente a filiação partidária de uma pessoa pode contar mais que os seus talentos. O pior é que sinto em alguns extratos da sociedade um preconceito e, às vezes, até um ódio direcionado a quem não atua do mesmo “lado”. Uma verdadeira estupides que cria divisões desnecessárias que acabam fazendo sofrer pessoas de todos os lados.


Para mudar essa realidade é preciso que se estendam pontes diplomáticas. Que todos os lados possam aceitar ao menos dialogar. Isso em benefício a todos os lados. Essas disputas exacerbadas que acontecem entre os grupos políticos acabam prejudicando as pessoas que são reféns desse processo. Afinal, quase todos os setores da vida social no país são regidos por instâncias políticas municipais, estaduais e federais. O conflito gera paralisia e atrapalha o processo de desenvolvimento social.


O bem estar de uma sociedade depende muito da atuação do poder público. A competição que acontece, por exemplo, entre forças políticas gestoras para ver quem consegue “fazer mais” considero positiva. Mas existe uma outra disputa para ver quem consegue denunciar mais ou criar mais escândalos ao lado adversário. Um verdadeiro suicídio coletivo porque todos os lados têm as suas contradições. Melhor seria aplainá-las ao invés de torná-las instrumentos para mais guerra. E, claro, que em qualquer guerra sempre tem mortos e feridos, mesmo que a morte e os ferimentos sejam causados por ataques à honra e ao psicológico das pessoas. Uma verdadeira insanidade que esquece que todos os lados são compostos por seres humanos que têm sentimentos e necessidades parecidas.


Exemplos objetivos


As prefeituras e o Governo do Estado devem trabalhar do mesmo lado, mesmo que os seus gestores sejam de lados diferentes. A colaboração entre instâncias gestoras facilita a atuação conjunta para solucionar problemas. A epidemia de dengue em Cruzeiro do Sul não é só problema da prefeitura. Mas também do Governo do Estado e do Federal. Só o fluxo de colaboração entre essas três instâncias de poder pode dar o resultado desejado. Afinal de contas, seja o poder municipal, estadual ou federal às suas existências só têm sentido se servirem para atender a necessidade do individuo que mora ao mesmo tempo no município, no Estado e no País.


No Senado Federal o Acre terá três senadores com lados diferentes entre eles. Mas não poderão esquecer que o mais importante é o lado do cidadão. Então que apesar das suas diferenças ideológicas e partidárias Jorge Viana (PT), Gladson Cameli (PP) e Sérgio Petecão (PSD) possam atuar conjuntamente pelos interesses do Estado. A conversão de ações práticas para solucionar problemas da sociedade é necessária. Mesmo que não haja conversão ideológica, que na realidade não importa em nada. Cada um sempre vai ter o seu lado, mas o lado mais importante que é do povo tem que ser contemplado primeiro.


Na bancada federal a mesma coisa. Serão cinco deputados federais da FPA e três da oposição. O Estado está dividido em 22 municípios que têm prefeitos da oposição e da FPA. Mas as pessoas que moram nesses municípios não são nem de um lado e nem de outro. São seres humanos lutando para sobreviver que precisam receber benefícios dos dois lados. Então que seja uma bancada colaboradora aos municípios e ao Estado, indiferente do lado dos gestores.


Na ALEAC que os novos deputados estaduais eleitos aprovem os projetos de interesse da população indiferente ao lado. Fiscalizem com sabedoria o uso dos recursos públicos e se preocupem mais em fazer mandatos prepositivos do que destrutivos. E, sobretudo, abram a Casa para ouvirem às pessoas das comunidades sejam elas do lado que for.


Imaginem a gestão de um Estado que esteja se contrapondo diretamente ao Governo Federal. Como é o caso da eterna disputa entre tucanos paulistas e petistas que governam o país. Houve tréguas significativas no processo. Mas é preciso esperar para ver se nesse período pós-eleitoral as coisas vão se acalmar e voltar ao eixo normal. São Paulo, assim como o Acre, tem problemas sérios que necessitam da colaboração entre as instâncias de poder como foi a “falta de água” que assolou uma das maiores metrópoles do planeta, a Capital Paulista.


Se nesse caso não se encontrarem soluções conjuntas entre as instâncias na próxima seca mais de 20 milhões de brasileiros que moram em São Paulo irão padecer sem água. Portanto, o lado que vai pagar a conta é aquele que na realidade não tem lado. É o povo, são as pessoas que estão mais preocupadas em sobreviverem do que escolherem lados.


Para concluir uma frase de Mahatma Gandhi que libertou a Índia do domínio inglês praticando a não-violência e o diálogo: “Olho por olho e dente por dente e teremos uma pátria de cegos e banguelos.”


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