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Jovens do Acre se aventuram em dietas “malucas” para perderem peso

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Corpo definido, magreza extrema, “perfeição estética”. Em busca de realizar tais padrões exigidos pela mídia e muitas vezes impostos pela própria sociedade, vários jovens estão aderindo dietas bastante rígidas, que forçam o organismo a níveis extremamente perigosos.


Atualmente a mídia despeja a constante pressão pela magreza absoluta. Cada vez mais, pessoas que não apresenta motivo algum, restringem a alimentação de forma drástica. Essa preocupação exagerada pode provocar a distorção da autoimagem e desencadear transtornos alimentares extremamente graves.

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Mariana

A jornalista Mariana desenvolveu a gastrite nervosa

A jornalista Mariana Tavares, 26, tomou um susto quando descobriu que estava com gastrite nervosa, inicio de ulcera e hipertensão. Era o começo de um pesadelo. Para emagrecer com rapidez, Mariana não poupou esforços e começou a se alimentar basicamente com suco de laranja industrializado e iogurte natural.


“Em meados de 2009 eu havia acabado de terminar um relacionamento, do qual eu havia me acomodado. Relaxei e acabei engordando. Estava acima do peso, deprimida e pra completar meu pai havia recentemente sido diagnosticado com câncer. Estava arrasada. Minha autoestima estava baixíssima e comprei inibidores de apetite pra poder emagrecer. Só me alimentava de líquidos e pastosos: sucos, sopas de pacotinho, e iogurte. Emagreci quase 10 kg em menos de um mês. Mas os inibidores de apetite me causaram dependência, fora a insônia e depressão. Parei de fazer uso dos remédios e não demorou muito para que eu voltasse a ganhar peso novamente, e dessa vez, em dobro. Percebi que era o momento de parar com as drogas inibidoras de apetite quando uma vez ingeri bebida alcoólica tendo tomado uma delas, na ocasião desmaiei em uma festa e fui parar no hospital. Em decorrência da dieta “bizarra” adquiri problemas gastrointestinais e minha pressão subiu a níveis alarmantes por conta do excesso de sódio contido nos alimentos light e diets. Hoje minha pressão se normalizou, mas terei que tomar medicamentos para gastrite e ulcera durante muito tempo.” Relata Mariana.


Casos como o de Mariana não são isolados, a cada ano que passa esse número vêm aumentando e prejudicando seriamente a saúde da atual juventude que almeja a chamada “perfeição corporal”. Gírias como “barriga negativa”, “número 000” para nomear a numeração de vestimentas como camisetas e calças jeans, estão sendo bastante difundidas entre essas pessoas.


Emocionalmente existe alguma crítica constante a alguma parte do corpo, insatisfação com o peso e alguma alteração na percepção corporal com diminuição gradativa de suas atividades sociais, o que gera depressão, síndrome do pânico, ataques de ansiedade e até mesmo o suicídio.


A Psicóloga, Dr.ª Eliane Braña traça um breve perfil de como este jovem está inserido na sociedade e quais principais causas que originaram esses transtornos.


“Existe todo um contexto social e familiar envolvido. Hoje em dia é natural que exista uma chuva de informações muito grande em vários meios de comunicação de massa como TV, revistas e internet, que potencializam a vontade desses jovens de se encaixarem aos padrões adotados pela mídia.” A psicóloga segue explicando que na maioria das vezes a pessoa que é vitima de transtornos alimentares sofre, desde a infância com “bullying” ou até mesmo pressão dos familiares para que perca peso, o convívio familiar é muito forte nesse contexto. “O anoréxico, por exemplo, não se reconhece, quando se olha no espelho enxerga outra pessoa, encarna outra identidade. Casos de bulimia também são bastante comuns e graves, a pessoa que possui essa doença que tem como principal sintoma o habito de vomitar após as refeições, pode adquirir vários problemas de saúde, entre os mais comuns, esofagite, refluxo e até mesmo câncer de garganta.” Diz Eliane.


A estudante universitária A.T.R, 25, que não quis se identificar, sofre desde a infância com problemas relacionados ao peso. De acordo com a acadêmica, não importa o quanto a balança esteja apontando que o peso está ideal para a sua altura, quando se olha no espelho só consegue enxergar quilos a mais e imperfeições.


“Desde os 11 anos de idade que não consigo me enxergar magra, sempre que me olho no espelho vejo uma gordurinha aqui, uma gordurinha acolá, o que é motivo para mais uma dieta extremamente rigorosa, mas consigo leva-la até o fim tranquilamente” Garante. “Quando estou de dieta me alimento apenas duas vezes por dia e já me sinto completamente satisfeita. Pela manhã tomo meio copo de água com três colheres de leite e uma bolacha de água de sal e só volto a comer alguma coisa por volta das 14h e depois desse horário, não como mais nada, além de beber muito liquido, claro. Tenho consciência que posso ter algum tipo de transtorno, mas simplesmente acredito que o habito de comer várias vezes por dia não seja saudável, não é que eu não goste de comer, simplesmente adoro, mas acho que comer demais é um vicio. Estou satisfeita com o desempenho das minhas dietas e não penso em muda-las.” Enfatiza.


A nutricionista, Dr.ª Rosiany Reis explica que é preciso tomar cuidado com dietas malucas que prometem milagres em curto prazo:


“Essas dietas podem até emagrecer, mas geralmente as pessoas não conseguem manter o peso. Além disso, elas costumam ser deficientes em nutrientes, o que pode fazer mal à saúde. Há o risco ainda da pessoa começar a ter sintomas, passar mal e até desenvolver um transtorno alimentar ou alguma compulsão por causa das restrições que essas dietas propõem. Uma alimentação inadequada – pobre em nutrientes ou em pouca quantidade – pode levar também a uma queda de açúcar no sangue (hipoglicemia) e a sintomas que representam a falta de energia para o funcionamento do organismo. Pular refeições também é totalmente recriminado. O ideal é fazermos cinco refeições diárias, ou seja, café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e chá noturno. Comer frutas durante esses intervalos é recomendado”. Explica a profissional.


Existe um ideal de perfeccionismo corporal difundido, tanto em meninos como em meninas. Os transtornos alimentares acometem pessoas com perturbações emocionais e que precisam de ajuda especializada urgente.


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