Vivendo um dos momentos mais tensos desde a chegada ao Palácio Rio Branco em 1999, o Partido dos Trabalhadores (PT) oficializará nesta quinta-feira (6) o nome da subchefe da Casa Civil, Nazareth Lambert Araújo, como a candidata a vice-governadora de Sebastião Viana (PT). Os petistas estão descontentes e insatisfeitos com a forma como a legenda foi tirada do processo de discussão para a indicação da candidatura ao Senado.
A chapa puro-sangue petista ao governo –repetindo a mesma aposta de 2002 – coloca em lado opostos os grupos das principais estrelas do PT: os irmãos Sebastião e Jorge Viana. Sebastião foi o grande articulador para tirar seu partido da disputa do Senado para não perder o aliado PCdoB, nem tampouco tirar o poder de fogo de sua campanha para a reeleição para eleger o pouco carismático Aníbal Diniz (PT).
Esta concepção do governador, porém, não é bem aceita por Jorge Viana, que insiste na tese do PT não ceder a cadeira ocupada pelo partido. Em conversas reservadas Jorge diz que o PCdoB poderia esperar 2018, quando duas vagas estarão abertas. O senador foi o principal responsável por recolocar Aníbal na disputa interna da Frente Popular pela disputa ao Parlamento.
No final de 2013 o governo, para tirar Aníbal de cena, anunciou Perpétua Almeida (PCdoB) como a candidata a senadora e o PT sozinho na chapa para governo. A atitude desagradou Jorge, que procurou Sebastião e outros setores do PT para deixar Aníbal vivo neste embate.
Em reunião em janeiro, a executiva anunciava que desistia da chapa puro-sangue ao governo para uma nova tentativa de se emplacar no Senado. Aníbal começou, então, uma peregrinação pelos 22 diretórios para se viabilizar. Enquanto buscava o apoio dos petistas do Juruá recebeu o duro golpe: Sebastião anunciava uma companheira de sigla como sua vice.
O anúncio precoce foi visto como “traição” por parte dos aliados de Aníbal. Segundo informações, o clima não está dos melhores dentro do partido, hoje dominado por Sebastiãoo Viana por conta de seu empenho em assegurar a eleição de Ermício Sena nas eleições internas de novembro último. A “dívida de gratidão” deixa o PT rendido ao Palácio Ri Branco, enquanto a militância orgânica vive o pior de seus momentos.