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Recado duro

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Luciano Tavares – da redação de ac24horas
lucianotavares.acre@gmail.com


O coordenador do Núcleo de Estudos Políticos e Democracia da Universidade Federal do Acre, Nilson Euclides da Silva, criticou a falta de habilidade da oposição na condução do processo de unidade para as eleições de 2014.

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Para o cientista político, a oposição além de não conseguir se organizar parece não ter idéia do tamanho do desafio que será governar o Acre, após o longo período em que a Frente Popular do Acre se mantém no poder.


“Tenho acompanhado pelas redes sociais, jornais e televisão os debates travados pelas lideranças da oposição acriana em relação as eleições majoritárias para governo. É visível que a articulação entre as forças de oposição que era complicada torna-se nesse momento um tarefa difícil de ser realizada. Independente da capacidade política das pessoas que hoje tentam liderar esse processo, o fato é que tem muito candidato, mas pouco ou nenhuma ideia do desafio que seria governar o Acre após duas décadas de petismo. Por outro lado, depois de um longo período no poder o grupo que atualmente governa o estado sabe que as promessas, e o projeto político que os levou ao governo hoje não passa de uma caricatura do que foi no passado, e a busca pela unidade e a reconquista do lastro eleitoral que foi perdido é hoje o seu maior desafio. O projeto político que foi sustentado pelo discurso da competência, da ética e da honestidade que a “florestania e o governo da floresta” foi capaz de construir não resistiu ao tempo e aos fatos, e se esvaiu por entre os dedos de quem comandava com a pesada mão da obediência. O projeto do “desenvolvimento sustentável” como alternativa econômica e política para o povo acriano naufragou no mesmo barco da utopia defendida por uma militância ingênua que carregava as bandeiras do partido. A ausência de resultados positivos e sustentáveis na economia local, a eterna dependência dos recursos do governo federal e o distanciamento do governo com os setores mais populares e engajados nas lutas sociais é visível até para o estrangeiro que desembarca nessas terras”, diz o professor.


Ainda segundo o professor, a maioria do eleitorado, embora rejeite o atual o projeto político da FPA, não se vê representada pelo grupo que faz oposição ao governo do Acre. O cientista político também critica a falta de humildade de alguns caciques da oposição que “confundem os resultados eleitorais alcançados por fatores de causalidades limitados ao período de disputa com a capacidade de liderar um processo de mudança política, e nesse estado de embriaguez se enxergam politicamente maiores do que realmente são. Trata-se de algo que a propaganda oficial não é capaz de esconder. O problema é que essa realidade foi percebida por uma parte significativa do eleitorado e o resultado das duas últimas eleições comprova essa tese, mas, não encontrou nos partidos de oposição a ressonância necessária para se constituir como força política eleitoral capaz de realizar a mudança no comando da política local”, analisa.


O professor encerra dizendo que “os riscos da pulverização nas candidaturas da oposição é que alguns nomes que se acham capazes de liderar o processo de mudanças podem sair das próximas eleições menores do que entraram.”


“O povo busca a mudança quando percebe as fraquezas de quem o está governando, mas dificilmente irá entregar o comando da política para alguém que fala tudo que pensa, reclama, ri em demasia e chora muito facilmente. O desafio de governar o Acre das próximas décadas exige o mínimo de unidade política e partidária, e a exemplo do que foi a Frente Popular do Acre vinte anos atrás, ou a oposição constrói essa unidade ou assistirá a recondução ao governo do atual grupo político”, completa o cientista político.


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