Ray Melo, da redação de ac24horas
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A deputada Antonia Sales (PMDB) se emocionou e chorou ao usar a tribuna da Alec na manhã desta terça-feira (27), para falar do que ela classifica de “perseguição política” que provocou a cassação do mandato de seu esposo, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB), que em audiência do pleno do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 21 deste mês, negou o último recurso impetrado pela defesa do Leão do Juruá.
A parlamentar lembrou a trajetória de Vagner Sales, nos 28 anos de mandato e relatou o sofrimento de sua família com o linchamento público que o prefeito estaria passando ao “ele ser escolhido para pagar pelo crime” que outros 26 políticos foram acusados. “Ele está enfrentando as armações mais sórdidas para tira-lo do mandato. O prefeito Vagner Sales é perseguido de forma velada pela cúpula do PT que quer tira-lo da política”, diz Antonia Sales.
“Minha família está sofrendo com este achincalhamento promovido pelo PT. Minha filha que está fazendo especialização na área de medicina, na cidade de São Paulo me ligou abalada. Recomendei que ela se concentrasse no seu trabalho, já que está tratando de vidas. Todos nós sofremos com estes atos escusos de pessoas que pensam em prejudicar adversários para atingir seus objetivos”, comenta entre lágrimas, a parlamentar.
Segundo Antonia Sales, os políticos ligados ao PT estariam patrocinando uma campanha de difamação sem precedentes a Vagner Sales. “Eles visitaram o ministro Dias Toffolli e pediram pressa no julgamento de um processo que só teve ele como Cristo. A pergunta é: por que só ele? A Justiça deve ser aplicada de igual modo para os 27 que foram denunciados pelo Ministério Público Federal. Por que os aliados do PT não foram a julgamento?”, questiona.
A peemedebista afirmou que “estava claro e evidente que a interferência política aconteceu. Os senadores Jorge Viana e Aníbal Diniz marcaram no dia 12 de junho, audiência na agenda do ministro Dias Toffolli, um ex-advogado do PT, que foi nomeado pelo ex-presidente Lula, que foi tirado de suas férias para pedir a cassação de Vagner. Tenho certeza que eles não foram pedir para que o Vagner Sales permanecer no cargo”, destaca Antonia Sales.
A deputada questionou ainda, qual seria o interesse da cúpula petista no julgamento de um prefeito do interior do Acre. “Na agenda de Toffoli consta que os parlamentares petistas marcaram audiências seguidas no gabinete do ministro para tratar do processo AC3372 – que tem Vagner Sales como réu, o mesmo foi feito pelo chefe do executivo que também pediiu pelo julgamento de um adversário político”, enfatiza.
Para Antônia Sales, os petistas teriam pressa para tirar um obstáculo no caminho do projeto de poder do partido. “Era tão grande que eles não observaram a data do processo, mas colocou em julgamento uma ação prescrita. O processo contra Vagner Sales prescreveu no dia 15 de agosto, mas foi colocado na pauta de julgamentos no dia 21, seis dias após a prescrição. A publicação foi feita em 15 de agosto de 2005”, declara.
Ela fez questionamentos sobre o processo de peculato dos demais deputados da legislatura em que Vagner Sales foi denunciado. “Onde está o processo do vice-governador César Messias? Onde está o processo do conselheiro do Tribunal de Contas, Ronald Polanco, que era ordenador de despesas, juntamente com Sérgio Petecão? Temos ainda deputados com mandato nesta Casa, que nunca foram julgados pela mesma acusação”
Antonia Sales finaliza afirmando que o jogo político praticado pela cúpula petista é bruto e sujo. “O Vagner Sales estava disposto a encerrar a vida pública, mas diante desta perseguição, ele não vai recuar e vai continuar fazendo a política contra a perseguição que se tornou um costume de grupos que estão no poder. Eles podem tirar seu mandato, mas para tira-lo da política, só conseguirão se tirarem sua vida”, finaliza.
