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Criança que passou dez dias sem nutriente em hospital público do Acre vai a óbito; Pais pedem justiça

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Jairo Carioca – da redação de ac24horas
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Vinte e um dias. Esse foi o tempo que Luiz Guilherme Matias da Silva resistiu a um raro problema de formação chamado gastroquise – um defeito na formação da parede abdominal do feto – o bebê nasceu com uma abertura na região abdominal, o que possibilita o surgimento de vísceras abdominais do lado de fora do corpo. A criança foi a óbito na manhã desta quinta-feira (4) depois de passar dez dias sem o alimento Parenteral que é preparado pelo Hospital das Clínicas em Rio Branco, no Acre.


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Guilherme nasceu pesando 2,6 kg. Desde que foi identificado o problema na formação da parede abdominal que os pais passaram a lutar pela vida da criança. Guilherme foi operado no primeiro dia de nascimento, mas após a primeira intervenção cirúrgica, a criança ficou sem receber o nutriente chamado de lipídio que segundo informações, deveria ser distribuído através do Hospital das Clinicas.


A mãe da criança, Cibele Matias disse que uma enfermeira deu o número do ac24horas para ela denunciar a falta do alimento. “Ela pediu para mim não revelar o nome dela se não ela perderia o emprego. No outro dia o alimento chegou”, revelou Cibele.


Procurada, a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde informou que houve a compra do produto, mas que o fornecedor ainda não tinha entregado o material. O pai da criança confirmou que Guilherme passou dez dias sem o alimento e ainda “não recebeu o acompanhamento nutricional pediátrico”.


O quadro clinico do bebê se agravou na manhã de hoje (4) quando Guilherme pegou uma infecção. A avó da criança disse que “a correria foi muito grande quando viram a criança ficar roxa”, disse. Ela também confirmou a presença do Ministério Público no acompanhamento do caso.


A assessoria do Ministério Público do Estado, na área da promotoria da saúde confirmou que esteve ontem (3) no Hospital visitando a mãe e a criança. Quando foi a óbito, o pequeno Guilherme pesava 500 gramas menos (2,1 kg).


A direção do Hospital Santa Juliana não fala sobre o assunto. O Serviço Social faz uma avaliação para doar o caixão para o velório. Até as 17h15 da tarde de hoje, o corpo não foi liberado.


Reunida, a família dos pais de Guilherme está bastante revoltada e garante que vai entrar na Justiça e processar o hospital e o Estado, ambos por suposta negligência médica.


 


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