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Falta de água e risco de infecção agravam situação no Hospital de Brasileia

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Relatório da Vigilância Sanitária constata 220 não conformidades que acarretarão riscos significativos à saúde da população. No último domingo ocorreu interdição ética na sala de partos do Hospital das Clinicas Raimundo Chaar. A unidade não tem alvará sanitário.


Jairo Carioca – especial para redação de ac24horas
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Falta até água para dar banho nos pacientes que dão entrada no Hospital das Clinicas Raimundo Chaar, na cidade de Brasileia, município localizado a 240 km da capital. A unidade presta atendimento na área de emergência/urgência, clinica geral, pediatria, clinica obstétrica e serviços ambulatoriais e serve de referência para três municípios: Xapuri, Assis Brasil e Epitaciolândia. O Hospital recebe pacientes da Bolívia.


Relatório da Divisão de Vigilância Sanitária Estadual que a reportagem teve acesso constatou não conformidades que apontam para riscos significativos à saúde da população. No último domingo, o diretor clinico, Rodrigo Prado, fez uma interdição ética na sala de partos. Faltava o aparelho de monitoração fetal eletrônica, o sonar, indispensável para o centro obstétrico. Nem o aparelho que substitui o sonar, o estetoscópio pinar, foi encontrado na unidade.


Nas salas de pré-parto, parto normal e centro cirúrgico, onde nascem as novas crianças do município, não existe equipamento de ar-condicionado. Inexistem gases canalizados, pontos de ar comprimido de oxigênio e de vácuo. Nem a tampa no vaso sanitário foi encontrada.


No centro cirúrgico obstétrico, das quatro salas disponíveis, apenas uma está funcionando e estado precário, sem carro para anestesia. As paredes do centro cirúrgico assim como as de todo o hospital, tem infiltração e rachaduras.


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Prédio e mobiliário foram condenados pela vigilância sanitária


Em rápida visita feita durante toda a manhã de sexta-feira (01/03)  nas dependências do Hospital, a reportagem identificou as falhas apontadas. Segundo a Vigilância Sanitária o prédio precisa de reforma e adequação. O mobiliário também foi condenado. Nenhum paciente e nem mesmo os profissionais escapam da presença de ferrugem ou incrustados pela ação dos tempos.


Na sala de emergência/pronto socorro e estabilização, pacientes são atendidos em tamboretes. Ainda de acordo a responsável pelo CCIH, Marizete Cavalcante, o eletrocardiograma não funciona. A lavagem de material cirúrgico é feita na mesma sala de atendimento aos pacientes. O local vive superlotado.


Na sala pós-operatório, os pacientes foram encontrados pela reportagem em cima de colchões com densidade inadequada, rasgados e sem lençóis. Na pediatria, dona Francisca de Souza aguardava por volta das 11 horas, a visita do médico pediatra que deveria dar alta ao seu sobrinho. Para não ver o parente deitado em cima de colchões rasgados, ela trouxe lençol de casa.


Os servidores denunciaram que até os alimentos fornecidos a unidade já foram encontrados com prazos de validade vencidos. Ainda segundo funcionários, a qualidade de alguns itens não bate com a lista de fornecimento. O hospital ganhou uma nutricionista.


Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre, Ribamar Costa, que fez uma visita surpresa ao Hospital na manhã da última sexta-feira (1), a unidade Raimundo Chaar “deveria estar fechada”.


Mas como interditar o único hospital que atende em média, 150 pacientes/dia?


O outro lado – A gerente geral, Leonice Maria de Assis Bronzeado, disse que o Estado já tem planta arquitetônica para a construção de um novo prédio, mas não soube informar a data de construção.

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A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar esteve presente durante toda a manhã de sábado realizando várias reuniões com servidores da unidade, mas os técnicos disseram não ter autorização para falar sobre o assunto.


A reportagem tentou desde as 17 horas de sexta-feira (01/03) falar com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde, através do telefone celular *9*4 857*. O telefone da jornalista Mônica Araújo encontra-se na caixa de mensagem. Até a manhã deste sábado (2), nenhum retorno foi dado à redação.


 


 


 


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