Na manhã desta sexta-feira (29), a cúpula da Segurança Pública do Acre reuniram a imprensa em coletiva para falar sobre a Operação Gênio, que resultou na prisão de 11 policiais militares, supostamente envolvidos no sequestro e execução do ex-presidiário e auxiliar de pedreiro Gildemar da Silva Lima, o Aladin.
Segundo o delegado Roberth Alencar, responsável pelas investigações, Gildemar Lima foi executado e o cadáver ocultado, possivelmente, no ramal do Pica-Pau. De acordo com a autoridade policial, o crime teria sido motivado por vingança, uma vez que os policiais envolvidos já haviam prendido Gildemar em outras duas ocasiões (um pelo crime de assalto a uma loja no Segundo Distrito e outra pelo roubo de uma moto), mas como não houve flagrante, Gildemar foi liberado.
Na época de uma dessas prisões, policiais militares foram ameaçados por um comparsa de Gildemar “Aladin”. Durante as investigações a polícia descobriu que no dia 24 de maio, o comparsa e sua esposa foram torturados e ameaçados até que revelassem o paradeiro da vítima.
Ainda segundo Roberth Alencar, o caso começou a ser desvendado por meio de monitoramento eletrônico e quebra de dados telefônicos, onde se chegou a provas da tortura praticada no dia 24 de maio e ao nome de 10 policiais.
“Três desses policiais tinham problema na justiça com Gildemar”, afirmou o delegado.
Alencar continuou dizendo que, mesmo após a tortura do comparsa, os policiais não tinham a localização exata de Gildemar Aladin. Para chegar até ele, policiais usaram de abuso de autoridade. “Muitos foram abordados dentro de casa ou em via pública, ameaçados com armas na cabeça. Foi apurado na investigação que após esses crimes prévios de ameaça e lesão corporal, Gildemar foi raptado e levado para um local que não temos a exatidão”, diz.
Dez policiais foram presos temporariamente e encaminhados à Unidade Prisional 03, a Papudinha e outro de forma preventiva.
O secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, disse que após o desaparecimento de Gildemar, foram instaurados dois inquéritos policiais, um relacionado ao homicídio e ocultação de cadáver e outro relacionado à tortura, coação no curso das investigações e outros crimes. “Em três meses de investigação, tivemos várias provas, entre testemunhais, técnicas, periciais, além de várias contradições nos interrogatórios. São provas robustas”, disse.
O comandante da Polícia Militar do Acre, coronel Anastácio garantiu que a instituição não compactua com quaisquer desvio de conduta.