A exploração de madeira no estado do Acre chegou perto dos 11 mil hectares entre agosto de 2020 e julho de 2021, o que representou uma redução de 93% em relação ao período anterior – 27.455ha entre 2019 e 2020, segundo reportagem de Cristiane Prizibisczki no site ambiental O Eco.
A publicação reforça um dado importante para o estado, que mostra que 100% desta exploração apresentou algum tipo de autorização para ser realizada, ou seja, aconteceu de forma legal, segundo pesquisa inédita da Rede Simex, divulgada recentemente.
A atividade de exploração da madeira acreana ficou concentrada em cinco dos 22 municípios do estado: Porto Acre (36%), Feijó (33%), Sena Madureira (25%), Acrelândia (3%) e Bujari (2%).
Além disso, os dados apontam que 94% (10.200ha) da atividade ocorreu em imóveis privados, 5,6% (612ha) em assentamentos e 0,7% (73 ha) em terras não destinadas ou sem informações fundiárias.
Não foram identificadas explorações em áreas restritas, como Unidades de Conservação de Proteção Integral e Terras Indígenas.
Na área de assentamentos, a exploração aconteceu em dois Projetos Agroextrativistas (PAE): o PAE Porto Dias, que tem como principal renda o Manejo Florestal Comunitário, e o PAE Canary, que é ligado à Floresta Estadual do Antimary.
Esta é a primeira vez que a legalidade da exploração madeireira nos estados da Amazônia Legal é mapeada. Para realizar esta análise, os pesquisadores da Rede Simex cruzaram imagens de satélite da área explorada com as autorizações emitidas pelos órgãos ambientais.
“Para isso, foram utilizados os dados abertos do Sinaflor, a partir do Sistema Compartilhado de Informações Ambientais (Siscom), e dados dos Planos de Manejo Florestal Sustentável licenciados pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC), além da validação de algumas áreas pelo próprio órgão estadual”, diz nota da Rede.
A Rede Simex é formada por quatro organizações ambientais: Imazon, Idesam, Imaflora e ICV.
