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O poder da empatia

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Empatia. De uns tempos para cá essa palavra entrou no cotidiano brasileiro e não foi por acaso. Podemos traduzi-la, de uma forma ampla e mesmo objetiva, como “a capacidade de uma pessoa se colocar no lugar de outra e, com base na sua própria cultura e experiência de vida, tentar compreender o comportamento ou o jeito de ser dessa outra pessoa”. Me parece que isso nunca foi tão necessário como nos dias de hoje, pois a todo momento alguma coisa, algum fato ou alguma notícia parece nos cobrar a compreensão da importância do diálogo, da tolerância e da mediação de conflitos para o reencontro da Nação brasileira, novamente aflorando o nosso sentimento de identidade, de pertencimento e de humanidade como um só povo.


A continuar se alastrando os sentimentos negativos que varrem o país, só se pode esperar o crescimento acelerado da violência, dos números alarmantes de feminicídios, das situações grotescas provocadas pelo racismo estrutural e pelos preconceitos que atingem as questões de gênero, a população LGBTQ+ e as minorias que, somadas, no final representam a maior parte da população brasileira. Tanto a nível interno quanto no tocante ao cenário internacional, especialmente na área dos direitos humanos, essa triste realidade que parece assombrar o mundo conectado do Século 21, contraditoriamente se agrava pela censura à liberdade de expressão, um dos pilares da democracia, e pelo ataque odioso ao Estado Democrático de Direito.

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O que falta de empatia, sobeja na pós-verdade. Álex Grijelmo, autor do livro “La Información del Silencio – Como se Miente Contando Hechos Verdaderos”, alerta que a era da pós-verdade é, na realidade, a era do engano e da mentira. E a novidade associada a esse neologismo consiste na popularização das crenças falsas e na facilidade com que a tecnologia passou a permitir que os boatos prosperem, alcançando cada vez mais pessoas. Esse malfadado movimento iniciado na Itália, foi projetado globalmente pelo movimento trumpista nos Estados Unidos e no processo do Brexit, que culminou com a saída do Reino Unido da União Europeia. Infelizmente, essa “nova política” encontrou guarida em terras brasileiras e tem trazido enormes prejuízos ao País, causando o divisionismo, a intolerância e tantos outros males ao povo brasileiro, como acontece em quaisquer outros países onde conseguiu se instalar.


Mas ainda há tempo de se buscar uma concertação, envolvendo atores da área política, empresarial, sindical, cultural, da academia, dos movimentos sociais. O desafio posto é organizar e viabilizar o “reencontro do Brasil consigo mesmo”, com paz social e o necessário fortalecimento do Estado como agente indutor do desenvolvimento sócio-econômico, com ênfase na redução das desigualdades, no combate à fome e na implementação de um robusto programa de geração de empregos. Isso implica em unir esforços e fortalecer parcerias entre a área pública e a iniciativa privada. Precisamos, além do fomento ao emprego, promover um amplo e consistente programa de capacitação de recursos humanos para as novas modalidades de trabalho na área da tecnologia da informação, também criando novas oportunidades de empregabilidade para a imensa e preocupante massa de mais de 14 milhões e meio de desempregados.


Tudo isso é possível. Se faz com coragem, trabalho e empatia.



Raimundo Angelim escreve todos os sábados no ac24horas.com


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