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Deputados “fazem careta” para PL que reduz os próprios salários em 50% e falam em “vingança e politicagem de Gerlen”

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O clima promete ser tenso na sessão desta terça-feira, 7, na Assembleia Legislativa. A “arenga” entre parlamentares deve ser em torno do projeto de lei proposto pelo líder do governo, deputado Gerlen Diniz (Progressistas), quer protocolou na casa uma alteração na Resolução 211 de dezembro de 2018, que reduz em 50% o salário dos parlamentares por 90 dias em decorrência da pandemia de Coronavírus (Covid-19).


De acordo com a proposta, os valores economizados serão revertidos na compra de alimentos e distribuídos a instituições filantrópicas reconhecidas por lei como de utilidade pública. Segundo Diniz, um pedido para que a sessão de terça seja suspensa será feito e a expectativa é que o projeto seja votado no mesmo dia.

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O ac24horas consultou alguns deputados que pediram que seus nomes fossem resguardados para se manifestarem em momento oportuno. Segundo os parlamentares, existe uma insatisfação na base do governo devido o líder ter apresentado a proposta sem conversar com os seus pares e divulgar nos meios de comunicação. Muitos foram pegos de surpresa com o projeto e classificaram a medida de Gerlen como uma “vingança” devido ter perdido força ao defender a inconstitucionalidade e a reprovação do projeto de lei de autoria do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), que foi aprovado com apoio da base na semana passada na Aleac visando suspender a cobrança de empréstimos consignados dos servidores públicos do Estado por três meses por causa da pandemia do Coronavírus (Covid-19);


Um deputado da base afirmou ainda que a medida do líder é “politiqueira”. “Se ele quer abrir mão da salário, que ele mesmo faça isso. Aliás, todo nós estamos doando cestas básicas em nossas bases eleitorais para os mais necessitados. O que não pode é ter uma lei obrigado a fazermos o que já fazemos de bom grado que é ajudar as pessoas. A proposta dele é politiqueira, tanto que ele não teve coragem de conversar com a gente. Se ele tivesse conversado, trocado uma ideia, as coisas poderiam fluir melhor”, reclamou.


Já outro deputado foi mais além em seu questionamento. Ele propôs uma emenda caso a proposta seja analisada nas comissões sugerindo que não ocorra apenas os 50% no corte dos salários, mas também no corte de 50% na verba indenizatória e nos cargos de gabinete. “Ai sim, se ele topar isso, eu digo que ele está sendo sério. Vou propor para ver até onde ele vai. Se ele fizer isso, eu topo. Se for para perder, todos perderão e muito”, disse.


FOTO: SÉRGIO VALE

Já o deputado Fagner Calegário, que não pediu reservas e inclusive respondeu o questionamento durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, afirmou ser favorável ao projeto de Gerlen, mas alertou para o fator “politiqueiro”. “O meu posicionamento pessoal, eu não acho esse seja o momento para ser politiqueiro, para a gente só sair bonito na foto. Eu aprendi na minha vida que temos que ser exemplo. A quase um mês atrás eu abri mão do meu salário. Eu não tenho que obrigar as pessoas a tomarem iniciativa. Acredito que o Gerlen deve ter feito isso conversando toda a base. Eu sou a favor porque já fiz a opção de abrir mão. Eu quero que vocês tenham cuidado com posicionamentos politiqueiros”, argumentou.


Procurado por ac24horas para comentar sobre a revolta da base. Diniz afirmou ficar estarrecido com a maldade que repousa dentro de alguns “seres humanos”.


“Se num momento como este, onde estamos totalmente expostos a um risco de vida, pois a ação do vírus é imprevisível em cada organismo, acusamos aqueles que se dispõem a ajudar, de estarem sordidamente motivados por sentimento de represália, como a vingança, é de se perguntar o que ainda estamos fazendo aqui? Minha proposta se refere aos subsídios, mas já adianto que apoio qualquer outra iniciativa que vise levantar fundos para atender a população necessitada”, rebateu o líder do governo.


FOTO: SÉRGIO VALE

Com relação a votação da semana passada, Gerlen afirmou a oposição “se encarregou de distorcer os fatos e desinformar a população, pois não votamos contra nem a favor dos servidores no PL que previa a suspensão do pagamento dos empréstimos consignados”.


“Eu e mais cinco deputados votamos pela incompetência de tratarmos acerca da matéria, Art. 22, inciso I CF. Defendo que os bancos devem perdoar as dívidas de pequeno valor, não apenas suspender as cobranças, porém esse tema compete aos parlamentares federais”, pontuou.


Atualmente, um deputado recebe o salário líquido de R$ 18 mil. Caso a proposta seja aprovada, o vencimento passará para R$ 9 mil. Como são 24 deputados, a economia ultrapassará os R$ 640 mil nos próximos três meses.


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