Recentemente em Ipixuna, um rapaz morreu ao ser colhido pela hélice de um avião na pista de pouso
Em Porto Walter, todo final de tarde a pista de pouso e decolagem dos aviões é o local mais procurado da cidade para a prática de atividades físicas, como caminhadas e corridas. No final da tarde desta quarta-feira, havia ainda uma queimada na cabeceira da pista.
O fisioterapeuta Bismarque de Almeida, lidera um grupo de 30 homens que faz corridas diárias no espaço por meio do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF. O local, segundo ele e apropriado porque é plano, ao contrário de grande parte da cidade.
Bismarque diz que tem consciência do perigo do uso do local, onde os aviões fazem pousos e decolagens. “Os aviões sobrevoam e só descem se não tiver ninguém na pista”.
A estudante Neuma Santos faz caminhada usando fone de ouvido, o que deixa a situação ainda mais perigosa, já que ela não ouviria a aproximação de uma aeronave. “Não acredito que possa acontecer acidente”, explica ela.
A gestão da pista de pouso é do governo do Estado por meio do Deracre. Cleide da Silva, que já foi gestora do espaço diz que duas cercas foram feitas e são removidas pelas pessoas que voltam a usar a pista. Conta casos em que o piloto teve que arremeter a aeronave para evitar tragédia como a que ocorreu recentemente em Ipixuna, quando um avião se chocou com um motociclista ao pousar na cidade. O rapaz que morreu atravessava a pista de moto no momento em que a aeronave pousava. “Tememos que isso possa se repetir aqui”.
A atual pista de pouso foi feita em 2002 e substituiu a anterior, com piso de barro. Apesar de funcionar há 17 anos a pista não foi homologada pela Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. Nos voos para Porto Walter, os pilotos têm que informar outra rota, já que oficialmente a pista de Porto Walter não existe.
