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Presidente da Federação da Agricultura do Acre é multado pelo Imac por plantio de soja sem licenciamento

Brasília, 27 de Janeiro de 2012. Workshop sobre Registro Sindical. Foto:Wenderson Araujo
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O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez, foi multado em R$ 1 mil pelo Instituto de Meio Ambiente do Acre por realizar o plantio de 200 hectares de soja sem o licenciamento exigido pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente do Acre. A resolução editada em 2008 obriga o produtor a elaborar um projeto e pedir o licença ambiental para o plantio de grãos, como soja, milho, arroz em áreas acima de 30 hectares no Estado.


Procurado pela reportagem, Veronez disse que acreditava que a resolução não estaria mais vigente no Estado. “eu não tinha ouvido mais falar dela. Com isso, o Imac me multou. Eles deram prazo de 20 dias para recorrer”. Veronez destaca que a medida vai contra a política pública de incentivo à agricultura promovida pelo governo, destacando que apenas o Acre segue essa resolução, “os demais estados seguem regras do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

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Assuero Veronez garante que sua plantação de soja não oferece risco ambiental. “Do ponto de vista técnico, o impacto foi feito lá atrás. Estamos plantando e recuperando terras degradadas com pastagens de 40 a 50 anos. A soja é uma leguminosa que incorpora nitrogênio ao solo. Sobre a resolução que originou a multa, eu posso assegurar que em nenhum outro estado há exigência. O Imac agiu porque foi provocado pelo Ministério Público Federal”, ressalta.



Segundo Assuero Veronez, o MPF realiza o acompanhamento do plantio de cana de açúcar no Estado e isso pode ter colaborado com a notificação e a multa no valor de R$ 1 mil. “Eu fui um dos que plantou um pouco de cana. Estou no radar do MPF que deve ter visitado a propriedade, ou verificou via satélite e acabaou identificando o plantio da soja. Não licenciei porque venho plantando lavouras há cinco anos e achava que a resolução nem existia mais”, justifica.


O produtor confiava que da mesma forma que a lei que proibia o plantio de soja transgênica no Acre foi aprovada com prazo de validade para ser revogada automaticamente, o mesmo aconteceria com a resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente do Acre. “Isso representa mais burocracia, maior custo e dificuldade para quem planta. Um projeto custa caro. É preciso facilitar a vida de quem quer produzir. Não tenho como falar que não tem que cumprir uma lei”.


Para ele, “o importante é facilitar a vida de um seguimento que começa a se firmar no Acre, começa se expandir, que é desejável porque faz parte de um política pública do Estado que nos últimos anos vem incentivando a agricultura. Essa agricultura é fundamental para estimular atividades como a piscicultura, suinocultura, avicultura que precisam do grãos, ou vão continuar trazendo grãos de Rondônia e Mato Grosso? Todo lugar que a agricultura entra forte muda os indicadores econômicos e sociais de qualquer cidade”, enfatiza Assuero Veronez.


O produtor pretende seguir todas as orientações dos órgãos ambientais, mas vai propor a revogação da resolução estadual. “Vou fazer o licenciamento que tem que ser feito, pagar a multa e espero que não tenham outros tipos de consequências. Vamos atuar no sentido provocar a discussão junto ao Conselho novamente para tentar revogar esse dispositivo. Até onde eu percebo a maioria dos órgãos técnicos, principalmente a Embrapa é favorável a tese de revogar”.


Veronez afirma que não há justificativa técnica para uma resolução que engessa a produção. “Eu propus que a reunião do Conselho para rediscutir a resolução aconteça após o dia 20 de janeiro de 2018. O Conselho puxa muito para questão ambiental, mas vamos usar os argumentos técnicos, levar técnicos qualificados, levar estudos, mostrar como funciona nos outros estados, porque nos outros estados não se exige e aqui temos que passar por mais um entrave burocrático”.


Conforme o presidente da FAEAC, o argumento que o Acre é Amazônia e tem que ser diferente não ajuda na área de produção. “Rondônia e Mato grosso também são Amazônia e desenvolvem fortemente a agricultura. Primeiro, o plantio aqui não envolve nenhum tipo de desmatamento nem ocupação de novas áreas. Segundo, a agricultura não espera a burocracia. A agricultura tem os dias certinhos de você plantar, caso contrário perde toda produção”, ressalta.


“O agricultor fica com o terreno pronto, choveu tem que sair plantando. Planta-se até de noite, porque a agricultura tem o ‘time’ diferente das outras atividades. Se for picar esperando licenciamento acaba por atrasar o plantio. Temos que trabalhar afinados com o tempo. A soja não representa impacto ambiental porque usa agrotóxico dentro das especificações técnicas e com acompanhamento de agrônomos”, finaliza Assuero Veronez.


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