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Sebastião e DNIT admitem erros na execução das obras da BR-364

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Quem não lembra da peça publicitária produzida pelo governo para mostra aos acreanos a via-crúcis para comprar e trazer material para construir a sonhada BR-364 no interior do Acre? Eles afirmavam que até a pedra que seria utilizada na base da rodovia vinha de outros países. Tudo indica que o material não era de qualidade. Antes mesmo da conclusão a estrada praticamente derreteu e pela primeira vez, os responsáveis pela obra estão reconhecendo que erraram.


O governador Sebastião Viana (PT) e o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), o engenheiro Sérgio Mamanny, praticamente admitiram que foram cometidos erros no projeto de construção da BR-364. O encontro correu na manhã de terça-feira (19), alguns dias após o gestor do DNIT assegurar e divulgar uma nota informando que recebeu a rodovia em péssimas condições de tráfego das mãos do Estado.

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Durante a reunião, Sérgio Mamanny, faz mea-culpa e afirma que todos os projetos executados na BR-364, no período em que o governo ficou responsável pela rodovia, de 1999 a dezembro de 2014, tiveram a aprovação e autorização do DNIT em Brasília. “Todos os projetos foram aprovados pelo DNIT e executados da forma que foram apresentados e autorizados pelo órgão. Por isso, hoje estamos trabalhando em outro projeto com novas soluções”, afirma Mamanny.


Em nota divulgada no início de janeiro, Mamanny declarava que a estrada terá que ser reconstruída. O engenheiro dizia que o projeto executado pelas administrações petistas do Acre não seriam adequados para o solo do Estado. Desta vez, colocando panos quentes na questão, governo e DNIT afirmam que “o momento não é para apontar culpados, mas avançar na melhor solução, pois tudo o que foi feito na BR-364, foi um ato de coragem, de esforço e de muita luta”.


Viana, que propagandeou que a obra da BR-364 seria uma das maiores realizações das administrações petistas do Acre, adotou um discurso diferente. Ele não fez mea-culpa pelo serviço precário. “Foi feito o possível. O ideal, não. Nunca o governo e nem o DNIT disseram que foi feito o ideal. Toda e qualquer fragilidade era previsível, mas só se faz o possível. E o possível que executamos com muito esforço, era o que o DNIT aprovava e autorizava em Brasília”.


CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO


Depois que a obra da BR consumiu quase R$ 2 bilhões, Mamanny fala de prejuízo. “Hoje estamos correndo atrás do prejuízo e vamos nos antecipar com um olhar mais preventivo e preparar algo para dar segurança ao tráfego nesse período de chuvas. Queremos uma nova solução técnica, vamos estudar a base e sub-base do solo, e buscar a melhor solução para fortalecer o corpo estradal de baixo pra cima e tornar a rodovia capaz de suportar o peso que passa por ela”.


Sebastião Viana, que culpou os empresários de Cruzeiro do Sul pelo surgimento de atoleiros na BR-364 – voltou a culpar a falta de controle de peso dos caminhões de carga na rodovia. “É um problema que tem um litígio no DNIT nacional que não pode delegar e transferir recursos para o controle de peso a nenhum órgão estadual e nós ficamos com a rodovia descoberta de fevereiro do ano passado até agora”, afirma o chefe do executivo.


Mamanny afirmou que o Dnit está com uma liminar para os postos de pesagem, e enquanto essa liminar não cair, não será possível trabalhar na questão de controle de peso. “Inclusive os postos de pesagem que tínhamos em Rondônia foram paralisados e estamos tentando agora, por meio de uma negociação via Ministério Público do Trabalho reativar esses postos”, disse o superintendente.


No Acre, o Dnit está adotando medidas paliativas para um período curto e nesse momento, precisa da colaboração de todos. “Nós temos uma portaria limitando peso até 23 toneladas. Usando isso com bom senso, nós vamos ter rodovia funcionando pra todo mundo. Essa limitação nesse período de chuva é para garantir o tráfego. E isso é algo que tem que ser bem aceito pelos empresários”, concluiu Mamanny.


Viana espera apoio integral do governo federal


O governador acredita que o governo da presidente Dilma, que também é do PT, não vai abandona-lo na tarefa de disponibilizar mais alguns bilhões para reconstrução da BR. “O governo federal não vai nos deixar abandonados, naquilo que for essencial para a meta de trabalho do DNIT nós estaremos unidos pra conseguir esses recursos. Na hora mais difícil da crise nacional nós conseguimos R$ 78 milhões para obras emergenciais”.


Segundo a reportagem divulgada na Agência de Notícias do governo do Acre, “O Dnit vai montar um plano de ação integrada para o projeto de reconstrução de trechos críticos da estrada, além da garantia de recuperação de trechos das cidades do Alto Acre, os quais os projetos de readequação devem ser entregues hoje ao Dnit, pela empresa contratada”.


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