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Criança apresenta febre e diarreia há cinco dias e mãe denuncia falta de pediatras nos hospitais de Rio Branco

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Quando uma criança fica doente, pais e mães de Rio Branco, a capital do Acre, ficam à mercê da boa vontade de profissionais de clínica-geral realizarem ou não as consultas nas unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). Com postos de saúde sem médicos especialistas, e um déficit funcional cada vez mais claro, dezenas de crianças acabam voltando para casa sem atendimento de um pediatra. Essa é a dura realidade de quem precisa utilizar os serviços oferecidos pela da saúde pública no Acre.


A informação de que uma criança de apenas um ano e seis meses estava há vários dias apresentando quadro de diarreia, febre e vômito, levou a reportagem do ac24horas a peregrinar pelas unidades de saúde de Rio Branco em busca de um especialista em pediatria. Infelizmente, a procura não obteve sucesso. Nem na UPA 24 horas do 2º Distrito, nem nas duas que ficam no 1º Distrito da capital.

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Maria Souza, estudante, de 19 anos, conta que percorreu, a exemplo da reportagem, todas as unidades de saúde da capital, mas que em nenhuma conseguiu falar com um médico pediatra. “Estou aqui, desesperada. Minha filha está desde o dia vinte e quatro sem comer nada. Ela está com diarreia e febre há vários dias. Ela só está tomando suco e água. Ela nem mama mais”, conta a mulher.


Nos prontos-socorros dos hospitais riobranquenses, o que não falta é reclamação. Além de Maria, a doméstica Francisca Ventura, de 41 anos, também precisou peregrinar pelos hospitais em busca de pediatras. Ela se queixa da falta de especialistas na rede pública. “Passei por vários hospitais com a minha filha e em todos diziam que não tinha pediatras. Nem no Hospital da Criança daqui quiseram me atender. Ela está com febre e tossindo muito há três dias”, contou.


O não atendimento por falta de profissionais especializados em pediatria já chegou a ser negada, durante entrevista coletiva à imprensa, pelo secretário de Estado de Saúde, Armando Melo. “Na falta de algum pediatra, nós temos os clínicos que são habilitados a atender as crianças. Aquilo que é importante, que é ter a atenção à saúde da criança, ter o atendimento, isso é garantido pelo estado”, garantiu o secretário à época.


Contudo, esta semana, a servidora pública Andressa Silva, de 36 anos, procurou um dos hospitais de Rio Branco, mas ficou surpresa com a resposta, ao questionar quem faria o atendimento do filho dela. “É um descaso total. Eu fui com meu filho, mas ele não foi atendido mesmo com febre. Depois, tentei novamente um dos médicos que estavam de plantão disse que não ia atender porque não sabia qual a dosagem correta que o meu filho tinha que tomar. Eu reclamei e para não dizer que fui à toa, deram dipirona”, revela a mãe.


Nesta terça-feira, 29, ambas as crianças foram atendidas na UPA da Sobral, em Rio Branco. Mesmo sem especialista de plantão, os clínicos-gerais realizaram os atendimentos e um dos menores ficou em observação, sendo medicado na unidade. Segundo apurado, a criança já estava apresentando sangue nas fezes. O portal vaia acompanhar os casos.


Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), informou que as mães poderiam procurar as unidades de saúde e que os atendimentos seriam, sim, garantidos pelo Estado. Além disso, a Sesacre destacou que as UPAS são centros de saúde classificadas como “intermediárias entre a atenção básica [administrada pelo Município] e o atendimento de média e alta complexidade, onde são realizados atendimentos de urgência e emergência”, esclareceu.


Além disso, informou a pasta, “a falta do profissional pediatra não é uma realidade do Acre, mas de todos os Estados brasileiros” e que “embora exista a deficiência desses profissionais, o governo do Acre vem conseguindo manter as unidades de referência coberta com médicos pediatras”, realidade inversa à destacada acima pela reportagem.


A reportagem também tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pela atenção básica, mas o telefone não foi atendido. A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Rio Branco também não retornou o contato até o fechamento desta edição.


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