Neste ano, devido ao fraco ritmo de atividade na economia, com queda da arrecadação, o governo do Acre admitiu uma série de providências necessárias para conseguir honrar os compromissos com salários, encargos, repasses aos poderes e o pagamento do décimo terceiro salário dos servidores públicos.
Na última entrevista exclusiva em que o secretário de fazenda do governo do Acre, Tinel Mansour, concedeu ao ac24horas, o assunto foi a gratificação natalina. Ele garantiu com ressalvas a boa notícia. “Podemos afirmar que para 2015 não existe nenhum risco de termos qualquer problema na folha de pagamento”, adiantou Tinel.
COLAPSO À VISTA:
>>>Cenário econômico do Acre é tenebroso e sem perspectivas de crescimento
Perguntado se isso era a garantia de pagamento da folha de dezembro e o décimo terceiro, ele foi mais firme ainda: “essa é a meta do governador e ele não abre mão de garantir essa despesa”, acrescentou.
Ainda segundo Tinel, o calendário de pagamento foi anunciado no início do ano, mas diante do cenário que ele enfaticamente chamou de surpresas, a única ressalva é de “haver variação de dias, mas nós cumpriremos o pagamento dentro do exercício de 2015”, confirmou.
O secretário ainda tranquilizou o servidor afirmando que os meses de outubro, novembro também serão cumpridos dentro do mês mesmo com toda crise que está se vivendo este ano. “Trabalhamos isso como meta prioritária”, voltou a comentar.
ACISA diz que empresários apostam todas as fichas no 13º
O presidente da Associação Comercial do Acre, Jurilande Aragão, disse que assim como o servidor, o comércio aposta no décimo terceiro salário do trabalhador para reaver as perdas e estimular as compras no varejo.
“A notícia de confirmação do pagamento já é muito positiva”, disse Aragão.
Como a reportagem publicou ontem (26) as quedas nas vendas caíram em média 30% em todos os setores da economia estadual. O termômetro das vendas de final de ano, o dia das crianças, para 74% do comércio não foi como o esperado.
Em pesquisa divulgada no final de semana, 55% dos empresários do comércio apostam em resultado ruim nas vendas de natal. A boa notícia para esta época será a redução de preço dos produtos como forma de atrair mais consumidor e amenizar os impactos da crise. Quem não pensa em reduzir preço vai aumentar os níveis de descontos para vendas à vista e ainda, a promoção dos produtos que não saíram no dia das crianças.
Situação nas cidades do interior não é a mesma
A tranquilidade dada por Tinel Mansour com relação ao estado não é a mesma no interior do estado. Por enquanto, nenhum prefeito, nem mesmo Marcus Alexandre da capital, se arriscou em anunciar o pagamento da gratificação natalina.
Quanto mais dependente dos repasses do governo federal pior é a situação dos municípios. “Sem regra de exceção”, como alertou ontem em entrevista o secretário Tinel. Semana passada, para completar ainda mais a situação, oito municípios (Cruzeiro do Sul, Senador Guiomard, Sena Madureira, Plácido de Castro, Brasileia, Marechal Thaumaturgo, Jordão e Manoel Urbano) tiveram a primeira parcela do Fundo de Participação dos Municípios bloqueada.
A AMAC explica que o motivo do bloqueio nos repasses de FPM – situação que começou em 2013 – são dividas dos municípios com a Previdência ou Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS). Ainda de acordo a associação, esse mês, a queda do FPM foi de 8,2% em comparação a outubro do ano passado.
O secretário da fazenda do Acre, Tinel Mansour, não se aprofundou nesse tema afirmando que para cada unidade federativa existe uma situação diferente relacionada ao grau de dependência de cada uma do governo federal, mas não deixou de aconselhar: “a incerteza de futuro não é boa para todo mundo, todos vão fechar seus indicadores no limite da receita, isso requer muita cautela em 2016”, concluiu.
