Os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) formalizarão denúncia no Ministério Público Estadual (MPE) pela falta de segurança policial na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito. O motivo é a ocorrência de duas agressões em menos de 24 horas ocorridas contra médicos e servidores, no final de semana. No local, ainda foram recebidas queixas de constantes furtos e ameaças que até os próprios pacientes estão sendo vítimas.
Na instituição de saúde, os sindicalistas verificaram que o posto da Polícia Militar conta com policiais em apenas alguns horários, deixando servidores, pacientes e familiares expostos a diversos tipos de agressões e conflitos.
“Sabemos que a população vem para ser atendida por necessidade, então é preciso garantir 24 horas de proteção para a pessoa que busca socorro médico nas unidades de saúde. O mesmo deve ocorrer com os servidores que devem se preocupar exclusivamente com a qualidade do atendimento ao paciente e não com a insegurança que hoje constatamos”, afirmou o presidente do Sindmed, José Ribamar Costa.
Para verificar a situação atual da UPA, os sindicalistas visitaram a unidade no final da manhã do domingo, em companhia do representante do MPE que ouviu as reclamações de servidores e pacientes, além da direção. Um relatório completo será encaminhado à promotoria de Saúde para que haja a averiguação dos fatos.
Ribamar Costa disse ter recebido ainda dos servidores reclamações sobre a sobrecarga de trabalho, o que deveria ser resolvido com mais contratações que estão sendo limitadas, prejudicando a população.
“Tivemos o concurso público, mas a quantidade de vagas oferecidas não é suficiente para melhorar o serviço, por isso defendemos a contratação de um número maior de especialistas. O governo do Estado precisa entender que há uma crescente demanda de atendimento”, afirmou o presidente do Sindmed.
Procurada por ac24horas, a secretária de Saúde, Suely Melo, disse através de sua assessoria que o caso de agressão é “isolado e está sendo tratado pela polícia” e prometeu ainda aumentar a segurança no local.
“No sábado, 8, uma médica plantonista foi agredida fisicamente por uma acompanhante de paciente. O único caso do fim de semana (8 e 9 de fevereiro) é isolado e está sendo tratado pela polícia, com boletim de ocorrência registrado e processo investigatório instaurado. Mesmo com policiais militares de plantão e vigilantes patrimoniais, a agressão não pôde ser evitada, pois a agressora se utilizou da oportunidade da consulta do filho para agredir a profissional. Tão logo foi percebida a agressão dentro do consultório, providências cabíveis foram tomadas; A Sesacre mantém a segurança patrimonial, com vigilantes armados, contratados de empresa privada, que atuam 24 horas por dia, em dois locais da unidade (guarita e porta da Emergência), e a parceria com a Polícia Militar, que está presente com policiais de plantão diário, das 11h às 23h. Mesmo assim, a Sesacre irá fortalecer a segurança na unidade, enquanto realiza um levantamento sobre as causas de um possível aumento dos casos de agressões a servidores (verbais e físicas), e tomar as providências necessárias;
Suely também respondeu sobre a quantidade de vagas oferecidas no último concurso público, que segundo o Sindicato dos Médicos é insuficiente. Segundo a secretária a procura foi menor que a oferta oferecida pela Sesacre. Ela acrescentou que o Estado irá abrir um novo concurso para tentar preencher o numero de vagas.
“Sobre as vagas para médicos abertas no último concurso público da Saúde, informamos que foram ofertadas 184 vagas, destas, 82 não foram preenchidas, por causa da falta de profissionais interessados. Com isso, a Sesacre vai realizar um novo concurso para as 82 vagas não preenchidas e mais 19 vagas da ampliação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Saúde, resultando, ao todo, mais 101 vagas que serão novamente ofertadas em concurso público, previsto para março deste ano”
