Menu

Pesquisar
Close this search box.

Que tamanho tem um partido?

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

É erro do ser humano tirar conclusões antes que as coisas aconteçam. Não me parece saudável para a filosofia interpretar determinada realidade sem o rigor, radicalidade e a consideração dos aspectos determinantes que um processo impõe numa conjuntura. Considero ingenuidade quando aparece no cenário político pessoas que se interpõem pré-julgando e preestabelecendo os acontecimentos. Como diz a boa dialética, tudo está em constante transformação, portanto o que se diz hoje pode ser negado amanhã.


Está em curso no Acre o movimento político mais interessante de toda a história do nosso Estado. Um contexto que merece a atenção necessária de historiadores e cientistas sociais. Pela primeira vez estamos diante da possibilidade de ter um pleito eleitoral que poderá refletir literalmente a mais importante característica da democracia brasileira: o pluralismo político e ideológico. Parece-me que estamos saindo da polaridade situação X oposição. Esse é o fato que estou esperando acontecer em 2014 e que sua expressão se dê no dia a dia de nossas relações sociais no nosso estado.

Anúncios


Quem sabe se num contexto em que a diversidade de forças políticas se mostra, poderemos ter a oportunidade de dar ao nosso povo a chance de se posicionar com liberdade ante as suas convicções, desejos e necessidades. Certamente saberemos que até mesmo o conceito de grandeza ganhará outro sentido.


Então parece que a atitude de valoração também foi relativizada. Atualmente é difícil dizer que determinada força política tem supremacia eterna. Isso é inverídico, principalmente nos marcos da sociedade pós-moderna onde as coisas mudaram, os tempos sofreram profundas transformações – destaca-se o descrédito que os PARTIDOS POLÍTICOS ganharam nestes últimos anos. As pessoas resolveram conquistar seus espaços e se apresentarem como protagonistas da história. Em palavras claras, elas estão aborrecidas de partidos, centrais sindicais, movimentos de um modo geral, políticos, justiça, meios de comunicação, etc. Vivemos um momento preocupante.


Estou convencido de que o que torna uma democracia forte e necessária é o fortalecimento de suas instituições representativas. Estamos vivendo o avesso disso. Como fato de que vivemos uma crise de representatividade, nos últimos meses as palavras de ordem “NÃO ME REPRESENTA” ganharam tão grande força que impulsionaram o levante de protestos que deixaram os mais eminentes cientistas sociais e políticos estupefatos.


A tarefa urgente e necessária está em realizar ações políticas novas e sintonizadas com as vozes das ruas, dos campos, das comunidades, das florestas, enfim dos mais profundos sentimentos e pensamentos das pessoas.


O Brasil precisa de algo novo. O novo se faz quando consideramos a participação das pessoas na definição das políticas públicas; o novo que se constrói quando temos mecanismo de controle e fiscalização de todos os recursos públicos que devem ser aplicados com respeito e com destinação de realizar o bem comum da sociedade; o novo que se faz com pessoas decentes carregando uma história que não tem do que se envergonhar. Pessoas dotadas de habilidades suficientes na condução política de um povo; o novo que se faz com o reencontro das utopias que moveram forças da sociedade na busca de sonhos possíveis, materializados em programas de segurança, saúde, educação, produção, geração de oportunidade e renda. O novo que se faz com amor, respeito, tolerância, diálogo, autoridade, solidariedade e compaixão; o novo que se faz com a esperança, alimentado por um Deus que é SOBERANO em quem está a fonte de vida e vida em abundância.


Estamos numa conjuntura com instituições fragilizadas que necessitam de um movimento político transformador que recupere a representatividade em nossa democracia. Queremos partidos fortes, entidades de classes representativas de seus trabalhadores e políticos admirados pela confiança que detém pelo seu compromisso com a sociedade.


Então que tamanho é dado a uma força que quer colaborar nesse ambiente de tanto ceticismo? Afinal de contas, quem é responsável por tamanha decepção demonstrada pelo nosso povo nos protestos dos últimos dias? Qual força pode se apresentar dizendo-se maioral num contexto em que a dúvida e a desconfiança permeiam a mente das pessoas?


Nós já fizemos nossa autocrítica. Entendemos que o momento exige reposicionamento na sociedade e mudança de comportamento. Uma nova política que respeite os anseios e necessidades é uma exigência. Mais que isso, retomar e fortalecer nossa democracia com e para o povo é condição sine qua non para não caminharmos para o caos social.


Certamente, ser grande nesse contexto é ser mais um na busca de dias melhores; ser grande é ver no outro o poder de ser sujeito da história; ser grande é romper com o narcisismo e evidenciar na prática o “estamos juntos construindo e conquistando”; ser grande é carregar valores éticos no caráter e ser um peregrino que justifica sua caminhada pela felicidade de todos; ser grande é entender nossa insignificância diante de Deus e nossa humildade diante dos outros; ser grande é se despojar de todo o desejo de autopromoção; ser grande é não querer se maior que o outro, pois apresentamos nosso lado mais fraco quando humilhamos o outro. Ser grande é se considerar menor, para que o poder de Deus e a sua glória repouse em nós.


Sem dúvida, em meio à desconfiança com os grandes, percebo o olhar do nosso povo cheio de esperança com os pequenos.


Henrique Afonso é deputado  Federal pelo Partido Verde-AC


 


 


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido