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Após aposentadoria, Arquilau de Castro não descarta a possibilidade de carreira política

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Ray Melo,
da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com


Ao anunciar sua aposentadoria de magistrado, Arquilau de Castro Melo disse que poderia voltar à profissão de jornalista, mas depois das manifestações de carinho da população de sua cidade natal, Cruzeiro do Sul, onde proferiu seus últimos atos de desembargador-corregedor do Tribunal de Justiça do Acre, não descarta também a possibilidade de construir uma carreira política.

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Natural de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre,  Arquilau de Castro passou os últimos dias de sua atuação no Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), trabalhando no projeto de revitalização do Centro Cultural do Vale do Juruá, um museu aonde o magistrado pretende contar a história de sua cidade através de objetos dos primeiros habitantes da localidade.


Depois de 27 anos de serviços prestados ao Judiciário acreano o jornalista/magistrado se emocionou com o acolhimento de seus conterrâneos. Nos bastidores políticos, o fato não passou despercebido. Especulações surgiram sobre a possibilidade de o desembargador aposentado entrar numa disputa futura pelo cargo de prefeito de Cruzeiro do Sul.


A reportagem de ac24horas fez um bate papo com o desembargador aposentado que não escondeu o entusiasmo de poder administrar a segunda maior cidade do Acre. Arquilau condiciona sua entrada na política à viabilidade de um projeto político sustentável. Ele diz que é preciso amadurecer esta ideia e que estaria aberto a propostas.


“É uma questão a ser avaliada embora a princípio não seja está a minha meta. Não sai  para ser político. Sai para fazer outras coisas que não é necessariamente pela política, mas pode passar por isso também. Não excluo esta possibilidade de ir para política, desde que se tenha projeto. Enfim, é algo que eu tenho que trabalhar na minha cabeça. Não estou dizendo nem que sim, nem que não, mas não afasto totalmente esta possibilidade”, diz Arquilau.


O apelo popular seria um dos quesitos que poderia apressar a decisão de Arquilau. Ele demonstrou satisfação em ter seu trabalho reconhecido pela população. “Fico grato e realizado como pessoa, como cidadão ao receber mil manifestações de carinho, seja do povo de Cruzeiro, de Rio Branco e dos servidores. Isso faz a diferença”, enfatiza.


Questionado sobre seu pedido de aposentadoria voluntária, Arquilau destacou que existem outras maneiras de contribuir sem necessariamente está ligado ao poder público. De acordo com ele, a Justiça não se faz apenas no Judiciário. O desembargador aposentado acredita que a Justiça é feita diariamente nos atos corretos dos cidadãos e das mais variadas profissões.


“Muitos dizem que eu fui corajoso em sair agora, que eu poderia esperar mais 10 anos. Às vezes eu digo que a gente faz Justiça dentro de casa. A gente faz Justiça como jornalista. Na medida em que você faz uma matéria que faça Justiça às pessoas, que conte a verdade, tu tá fazendo Justiça. A Justiça não é o Judiciário não. Aliás, o Judiciário às vezes faz muita injustiça, não é? A sorte é que a gente faz Justiça todo dia. Posso fazer outras coisas que me darão prazer e é isso o que eu busco. Só tem sentido para eu fazer alguma coisa se tiver retorno do ponto de vista da satisfação pessoal que as pessoas digam que valeu a pena, é bom e etc. Assim eu me sustento se não eu largo. Não faço nada por egoísmo”, justifica.


arquilau1Em determinado ponto da conversa, Arquilau voltou a falar de política. Ele diz que ainda não recebeu convites formais de pessoas ou grupos políticos. Bem humorado, o desembargador aposentado afirmou que o único convite que teria recebido seria para atuar em um filme onde representaria um padre num filme estrelado pelo dono da livraria Paim.


“Não faço mais o que não me agrada, não faço. A política seria uma ferramenta importante para construir um novo trabalho, mas ainda não fui convidado. A única coisa para qual fui convidado foi para fazer o papel de uma padre no filme do senhor Gomes, que se chama: O Lado bom do Acre. Neste filme o ator principal é o proprietário da livraria Paim. Ele é o galã e produtor. Este é um projeto interessante que já começou a ser filmado”.


O verdadeiro motivo do pedido de aposentadoria


“O motivo foi que se não estou me sentindo bem do lado pessoal. Já não estava mais conseguindo criar nada no ponto de vista pessoal. Esgotei-me enquanto do Judiciário. Então, não tem sentido ficar ali julgando processos que qualquer um faz. Já não estava mais me reinventando e isso estava me incomodando. Exerci todos os cargos dentro da instituição, avaliei e cheguei à conclusão que está na hora de dar espaço aos jovens exercer este cargo. Enfim, eu cansei dentro da instituição. Agora vou para outros desafios, não vou ficar quieto e parado. Penso em fazer um jornalismo de reportagens direcionadas ao povo, mostrando como o cidadão simples está vencendo na vida, como ele sustenta sua família, para contar sua história nos seringais e nas barrancas de rios. Temos muitos heróis anônimos, esses que levam a vida felizes no cantinho deles, longe do poder público, mas que são os verdadeiros heróis. Penso que falta a gente contar a história deste povo com mais frequência. Vocês também contam estas sagas. Eu li no ac24horas uma série de reportagens de sua autoria que mostrava a educação nos rios do Juruá. É deste tipo de material que eu gostaria de trabalhar, contando a saga de gente que está vencendo as estradas esburacadas, as dificuldades e o isolamento. Isso eu gostaria de fazer”, diz Arquilau.


Finalizando o bate-papo o ex-desembargador disse que estuda várias possibilidades e projetos, mas tudo dependerá da conjuntura e de coisas que sejam produtivas e o agradem do ponto de vista pessoal e da coletividade. “Estou aberto a propostas. Não descarto a política”.


 


 


 


 


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