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AHAC e Cocar celebram o Dia Nacional de Visibilidade das Travestis – “Olhe e veja além do preconceito”

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Assessoria AHAC


Ocupar espaços abertos e debater um tema ainda tão estigmatizado na sociedade, como o preconceito relacionado a cidadãs travestis, requer muita coragem e resistência. Assim, a Associação de Homossexuais do Acre (AHAC) em parceria com o Cineclube Cocar, no Dia Nacional de Visibilidade das Travestis, 29 de Janeiro, exibiu o filme Transamérica, de Duncan Tucker, na Praça da Biblioteca Pública. Uma tenda foi montada com toda a parafernália de exibição e cadeiras, além disso, o movimento estendeu a banderia do arco-iris com cruzes, num ato simbólico pelo assassinato de travestis no Brasil.

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Antes da exibição a travesti Neyelly Brilhos fez um relato emocionado sobre  os vários preconceitos já sofridos, desde o fato dela ter tido que abandonar a universidade por conta de ter sido discriminada por um professor, além de outros. Após, o filme a programação se estendeu com a exposição da fotografa Val Fernandes e discotecagem da Dj Cau Bartholo, no Café do Theatro.


“Precisamo usar mais esses espaços. A praça é do povo, seja ele homem ou mulher, rico em diversidades. Ocupá-la, debater, se emocionar, exibir vidas é algo que requer acima de tudo desprendimento e amor ao próximo”, disse Germano Marino, presidente da AHAC. Ele acrescentou ainda, que as travestis, durante os finais de semana,  são o centro das atenções em milhares de festas pelo mundo, para as quais são convidadas como animadoras, uma realidade mascarada, pois o dia-a-dia dessas cidadãs é algo complicado. “Elas dançam, cantam e fazem cover de grandes cantoras famosas. E todos as amam, todos querem tirar fotos. Mas, infelizmente, toda essa alegria e aceitação dura apenas até o final da noite. A verdadeira história das travestis é complexa. Elas enfrentam muitas dificuldades e preconceitos. Sem sombras de dúvidas, ainda existe muita resistência quando o assunto é o respeito a essas pessoas”, disse.


As travestis são uma parcela da sociedade muito propensa a diferentes tipos de violência. E um dado triste é que o  Brasil é o campeão de assassinatos de travestis. Além da questão de aceitação social, muitos dos problemas estão na própria legislação, que não as favorece, já que não garantem direitos básicos como, por exemplo, ter um nome social.


“Quem se veste de mulher e que se maquia, não vai querer, naturalmente, chegar a um hospital e ser chamada de “João” ou de “José”. Elas se produzem como mulheres, elas têm seios, quadris; usam vestidos e também sandálias, e pensam como mulheres. Portanto, é totalmente desconfortante para as travestis quando, por exemplo, ao esperar por uma consulta, são chamadas pelo nome masculino”, explica Marino.


Para o presidente da AHAC, a inserção das travestis na sociedade deve se dar com respeito, combate à violência e criação de novas políticas públicas. “Além disso, de nada adiantará se essas pessoas não forem tratadas como cidadãs, com acesso à educação e trabalho. Todo ser humano merece respeito,  que vai muito além de colorir festas, ou habitar esquinas de uma avenida. E se uma travesti hoje é obrigada a se contentar com eventos ou com a prostituição, é porque a sociedade não oferece a elas qualquer outro espaço. Infelizmente, apenas a minoria dessas pessoas consegue inserir-se em um curso superior e ter uma profissão confortável sem que seja necessária a humilhações de expor o corpo”.


Porque visibilizar – Em 2004, institui-se o dia 29 de Janeiro como Dia Nacional da Visibilidade das Travestis. Essa data é uma referência ao lançamento da primeira campanha de cidadania desenvolvida especificamente para a comunidade. A campanha “Travesti e Respeito” foi lançada pelo então Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde. A importância de tal visibilidade está na abrangência de novos conhecimentos e esclarecimento das pessoas. “Vai, portanto, além do orgulho de ser travesti, passando muito mais por uma questão de conhecimento da sociedade sobre esse mundo. O tema transexualidade passa longe da mídia, a não ser quando o objetivo é deboche. E sabemos que é um tema com o qual as pessoas têm pouca ou nenhuma proximidade. Mas, também sabemos que as travestis precisam sair do anonimato, para ter o direito de ser quem são. Aí está o verdadeiro objetivo deste dia’, explica Germano Marino.


 


 


 


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