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O túmulo dos “milagres”

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Jairo Barbosa – jbjurua@gmail.com


Ao lado da cruz do Santo Cruzeiro, um tumulo revestido com mármore escuro chama a atenção. Antes, contam os coveiros, pouca gente se importava ou parava na lapide para acender vela ou saber algo sobre a pessoa que ali esta sepultada.

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Os relatos de muitas pessoas confirmam uma historia que surgiu na década de 80 e até hoje rende comentários e crenças no cemitério. No local está sepultada a professora Rosalina de Sousa Silveira, que faleceu no dia 25 de novembro de 1941. Ela foi vítima de homicídio, morte violenta e brutal que até hoje choca quem conhece os relatos.


O túmulo da jovem professora é um dos mais visitados do cemitério São João Batista, e só os relatos de fé explicam tamanha devoção pela mulher morta por um presidiário. Os mais antigos contam que Rosalina foi responsável por várias bênçãos recebidas, feito que alguns preferem chamar de milagres.


Neste dia 2 de novembro, a reportagem de ac24horas encontrou ao lado do túmulo a aposentada Maria Elodir, de 60 anos, que acendia velas e rezava agradecendo uma bênção e pedindo outras para seus familiares.


A mulher é devota da professora, embora a Igreja Católica sequer tenha se manifestado sobre a crença popular. Dona Elodir contou que conhece pessoas que receberam bênçãos depois que recorreram á professora, e garantiu que uma sobrinha dela, que reside em Belém, estudou com a mulher e que hoje ainda está viva para confirmar uma graça de recebeu.



“Ela tem algo de diferente sim. Muita gente já veio aqui e teve o pedido de uma graça atendido. Minha sobrinha mora em Belém, e estudou com ela. Conheço algumas pessoas que foram abençoadas por meio da Rosalina”, garantiu.


Neste dia finados, dezenas de pessoas pararam ao lado do túmulo da professora e prestaram algumas homenagens depositando flores, acendendo velas e rezando.


A história da morte da professora,
segundo a devota Maria Elodir


Dona Elodir relatou que Rosalina era uma jovem bonita, educada e muito cobiçada pelos homens. Aos 20 anos, estava noiva e preparava-se para casar. Naquela época, contou, os presos do sistema penitenciário eram trazidos da Colônia Penal para trabalharem na pavimentação de ruas no centro da cidade. Diariamente Rosalina passava pelo local onde os detentos trabalhavam, que ficava no caminho da escola onde lecionava, e cumprimentava todos com um bom dia.


Um dos detentos disse a outro que a professora estaria gostando dele, e este homem acreditou na história. Para iludir ainda mais o colega de cela, o detento mal feitor escreveu uma carta se passando por Rosalina e entregou para o colega. No texto, a professora se derramava de amores pelo preso, mas tudo não passava de uma armação do prisioneiro.


Certo dia, o preso iludido tentou uma aproximação com a professora, e claro foi rejeitado. A recusa acendeu uma fúria no prisioneiro que se armou com um terçado e covardemente emboscou a inocente e jovem mulher que foi morta com inúmeros golpes, sem saber por que for a atacada.


A morte brutal e covarde da professora, segundo a crença, serviu para que muitos fiéis recorressem a ela para pedir bênçãos, e se espalhou a notícia de que a professora assassinada opera milagres.


 


 


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