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Polêmica: professor diz que Jorge Viana faz propaganda enganosa e que curso de doutorado na Ufac não existe

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Jairo Carioca – da redação de ac24horas


O professor Paulo Wadt afirma que a propaganda anunciada pela assessoria do senador Jorge Viana sobre a implantação do curso de doutorado em Ciências Florestais é enganosa. O professor explica que por dois anos seguidos os conceitos obtidos pela Engenharia Florestal foi 2, sendo que o mínimo necessário para um mestrado acadêmico é conceito 3 e para um doutorado é conceito 4. O responsável pelo Núcleo de Pesquisas do INPE no Acre, professor Evandro Ferreira, lamentou a postura do colega e disse que o curso será realizado na forma interinstitucional entre o INPA como instituição promotora e a Ufac, como instituição receptora.

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Argumentos defendidos pelo professor Paulo Wadt:


Wadt afirma que não consegue entender como “a CAPES recomendaria um curso de doutorado para uma universidade que nem possui mestrado na área”. Ele explica ainda que na área de ciências sociais a Universidade Federal do Acre submeteu recentemente duas propostas a CAPES, uma em 2011 e outra em 2012, solicitando mestrado acadêmico para Recursos Florestais na Amazônia. “Portanto, o programa não foi recomendado. Conceito da proposta 2”, diz o professor.


O professor continua explicando que em 2012, novamente o parecer da CAPES foi pela não recomendação do mestrado justificando que o corpo docente permanente tem pouca maturidade científica e docente sem nenhuma experiência em orientação de alunos, produtividade científica abaixo do exigido e não possuem nenhuma publicação em artigos internacionais.


Em 2012 o conceito para o curso de mestrado acadêmico foi 1 na Comissão de área. Ainda segundo o professor, a proposta do programa de Desenvolvimento Regional apresentada a CAPES também foi rejeitada.


“A descrição da área de concentração e das linhas de pesquisa é insuficiente, não evidenciando satisfatoriamente o caráter interdisciplinar; a grade curricular apresenta certo grau de rigidez, tendo em vista o pequeno número de disciplinas optativas; o número de professores é inferior ao recomendado pela área interdisciplinar; o índice de produtividade (0,23) situa-se abaixo do exigido até mesmo para um curso de mestrado”, diz o relatório da CAPES.


Para o professor, a situação da pós-graduação da Ufac é desastrosa, Wadt afirma que embora o grupo de professores que estão trabalhando em prol da Universidade, “a instituição tem demonstrado sua incapacidade de manter-se com este título de instituição universitária, correndo o risco até mesmo de perder esta condição a partir de 2013”, diz o professor.


“Vou desconsiderar que os colegas  Evandro Ferreira e  Ary Vieira de Paiva tenham se prestado a fazer qualquer propaganda enganosa sobre a situação da pós-graduação na Universidade Federal do Acre ou sobre a qualidade das pesquisas que estamos conduzindo”, acrescentou Wadt.


O professor também desconsiderou que o senador Jorge Viana seja tão despreparado que não saiba exatamente como anda a situação da UFAC e, principalmente, na área de Ciências Florestais que ele tanto tem procurado promover. 


“O que em posso afirmar com bastante certeza, é que a CAPES não aprovou nenhum programa de pós-graduação em nível de doutorado para a UFAC na área de Ciências Florestais ou em nenhuma outra área”, conclui o professor.


O OUTRO LADO:


O Ministério da Educação, através da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, divulga através da Coordenação Geral de Avalição e Acompanhamento – CGAA, a recomendação do curso na forma interinstitucional entre o INPA, instituição promotora e a Ufac, como instituição receptora.


O responsável pelo Núcleo de Pequisa do INPA no Acre, professor Evandro Ferreira, disse que a UFAC está no caminho certo ao trazer para Rio Branco pesquisadores de alto nível. “No Brasil, só existem três universidades avaliadas com nota 5: Manaus, USP e a de Santa Maria no Rio Grande do Sul”, disse Evandro.


Ainda de acordo Evandro, trazer profissionais de alto nível agrega para que no futuro um curso da Universidade Federal do Acre possa ser aprovado.


A assessoria do senador Jorge Viana foi procurada e ficou de enviar resposta à redação do ac24horas.

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Procurada, a assessoria de imprensa da Ufac garantiu dar maiores informações sobre a polêmica. O assessor e professor João Petrolitano está em Cruzeiro do Sul, mas deixou como interlocutor da instituição, o professor Renildo.


Contenda mostra que criação da Fundação de Apoio a Pesquisa foi mais um trem da alegria na estrutura do Estado


A contenda entre os professores mostra claramente, o desvio de finalidade na criação da Fundação de Apoio a Pesquisa para o Estado do Acre. Wadt afirma que recursos que deveriam ir para o pagamento de bolsas de iniciação científica, de bolsas de mestrado ou custeio de pesquisa, serão aplicados no pagamento de cargos comissionados ou na contratação, segundo o professor, “de mais companheiros para trabalhar na fundação”.


“As ações que este governo adota para apoio a pesquisa são uma fantasia. Um exemplo, foi a criação do Fundação de Apoio a Pesquisa para o estado do Acre, que foi criada como um trem da alegria, com a criação de dezenas de cargos desnecessários, sem uma discussão concreta com os professores da UFAC que realmente fazem pesquisa e estão trabalhando a duras penas nos cursos de pós-graduação da instituição, muitas vezes com sobrecarga de horário”, disse Wadt.


Leia mais sobre o assunto no Blog Ambiente Acreano


 


 


 


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