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As voltas que o mundo dá: Reflexões sobre a política acreana-1991-2012

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Entende-se que num processo eleitoral em qualquer que seja sua esfera (Federal, Estadual, Municipal), algo que fatalmente vai ocorrer vai ser. Quem estar no Poder e quer manter-se, vai ressaltar e exaltar com toda veemência as realizações e o que foi feito de positivo por sua gestão.  E fazer de conta ou ignorar os pontos falhos, negativos e erros.


Enquanto a oposição vai seguir a trilha oposta, procurar dar maior ênfase e destacar as falhas, erros e contradições. E não ver, perceber ou reconhecer o que de bom e acertado foi feito.

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Assim como sabemos que antes mesmo da definição de candidatos, cada um dos lados que tem interesses direto (Pessoais, Partidários, Políticos, Econômicos, Financeiros e da mais variada natureza) nesse Processo, já tem sua posição e interesses definidos.


Quem está no Poder tem sua rede de interesses, que lá está e por razões concretas, objetivas e facilmente identificada, assim deseja continuar.


Afinal acho que não existe mais ninguém com menos de 30 anos de vida e pautando-se nos fatos concretos, desde que voltamos a ter o Direito de exercer o importante papel de Eleitores, que ainda tenha aquela visão romântica e idealista, que existe um grupo ou Partido que quer chegar ao Poder porque são bonzinhos e querem única e exclusivamente trabalhar pela sociedade.


Assistindo a uma Palestra da brilhante, digna, honrada e competente Ex Senadora Marina Silva, em 24/08/2012, promovida pelo Ministério Público do Estado do Acre no Teatro Plácido de Castro, cujo tema era “O que você tem a ver com a corrupção?”. Entre as diversas falas brilhantes da nobre Senadora, duas frases ficaram tatuadas em minha mente, que reproduzo conforme o meu entendimento (e peço perdão a mesma, se eu como platéia não estiver dando a interpretação correta, as ideias que a honrada Senadora quis transmitir aos ouvintes) da seguinte forma:


1)    Existem momentos em que não devemos ser nem situação, nem Oposição, mas, devemos ter Posição. Porque a oposição tomada ao pé da letra só enxerga as falhas, enquanto quem está na situação, faz questão de ignora-las, fingir que não existem ou não dar a devida importância a estas. Havendo necessidade da coerência em qualquer situação e buscar antes dos interesses partidários os da sociedade


2)    As vezes se ganha uma eleição perdendo.  E outras se perde ganhando.


Ganha-se perdendo quando utiliza-se de todos os meios e alianças para chegar e manter-se no Poder. E perde-se ganhando quando, mesmo perdendo você não abre mão de seus Princípios éticos, morais, ideológicos.


A palestra me trouxe algumas recordações, que para quem tem menos de 30 anos, pode achar que se trata de um livro de ficção cientifica, devaneios ou esquizofrenia.


Vamos aos fatos, se voltarmos no período de 1995 a 1999, quando governava o Estado o saudoso Orleir Cameli.  E se buscarmos no Google, manchetes de jornais, e lermos o que nossos celebres cardeais petistas falavam e  pensavam a respeito do então, Governador e todo clero que que com ele se acompanhava, ou a este dava sustentação política.  Sem deixar de lembrar que seu Porta Voz hoje ocupa o cargo de Vice Governador.


Podemos ter a impressão que a vida imita a arte, e recomendaria para quem não assistiu o filme Na hora da Zona Morta, de David Cronenberg, o fizesse. No filme, Johnny Smith (Christopher Walken) é um professor de literatura que estava prestes a se casar quando sofre um acidente de carro e fica cinco anos em coma. Ao recobrar a consciência, descobre que perdeu sua carreira e Sarah Bracknell (Brooke Adams), sua noiva, fica absolutamente surpreso com fatos e mudanças que aconteceram nesse período, mas em compensação ganhou poderes paranormais que o permitem prever o futuro. Assim, ele tem o poder de alterar o curso dos acontecimentos e este é o seu dilema: interferir ou sofrer sozinho, sabendo das tragédias que estão por acontecer.


Aproveito a ocasião para fazer uma confissão que embora nunca tenha sido filiado a nenhum Partido, mas, sempre votei no PT até a 1ª eleição do Lula e do Jorge Viana.  Depois por falta de fé, deixe de praticar esse ato de heroísmo.


Lembro inclusive que nessa época quem tinha a coragem, petulância, atrevimento ou ousadia de dizer e assumir publicamente que votava no PT era mal visto por uma grande parcela da sociedade. E talvez, até encarado como mal elemento, marginal ou subversivo.  Pois, para os tradicionalistas dessa época quem acreditava e votava no PT era vagabundo, marginal ou algo do gênero.


Mas passados quase 30 anos desses fatos, e isso não é um devaneio, isso existiu.  Observamos que a sociedade se transformou e hoje os papéis se inverteram.

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Para quem orbita ao Redor desse Sistema Solar vigente, onde já brincaram até de ser Deus, e determinar que o Sol deve nascer uma hora mais cedo e se pôr outra mais tarde. Eu até conheço uma música do Roberto Ribeiro que diz: “Todo menino é um Rei/Eu também já fui Rei/Mas quá Despertei”.  Mas, “Todo menino é um Deus”, ainda não.


O jornal de circulação nacional Valor Econômico traz hoje (18/09/2012), em  reportagem especial assinada pela jornalista Cristiane Agostine que demonstra a profunda crise que mergulhou os irmãos Vianas e sua tentativa de eleger o candidato desconhecido à prefeitura da capital.


A matéria descreve pontos como a falta de respeito dos Vianas ao processo democrático que deveria ter restituído o fuso horário do Acre, das promessas nunca cumpridas de regularizar o abastecimento de água e esgoto e resolver a problemática das enchentes.


E se hoje alguém ousa discordar ou até mesmo pensar criticamente. Ainda que não seja vinculado a nenhuma sigla partidária, é visto quase como louco, irresponsável, lunático ou marginal.


E entre inúmeras contradições históricas e ideológicas existem afirmações do tipo, que antes do PT chegar ao poder, o Acre era um Estado falido, mal visto e sem credibilidade, o que observando-se de certo modo tem sua grande parcela de verdade.  Mas, não se pode deixar de observar que no citado período 1995-1999, quem governava o Estado era um Partido, que hoje compões a base de sustentação política do PT, o hoje Partido Progressista (PP), que com suas mutações genéticas e metamorfoses um dia foi Arena, PDS, PPB. E se formos apurar mais a fundo e mergulharmos em águas mais caudalosas da história de nosso Estado nesses últimos anos, vamos descobrir mais pessoas que antes eram consideradas indignas. E nos dias atuais após passarem pela expiação de seus pecados políticos e serem transformadas pela alquimia das redentoras e purificadoras águas petistas, hoje são pessoas novas, transformadas e prontas para praticar o bem e serem cidadãos íntegros, probos e honestos.  E que acima de tudo amam e lutam por um Acre melhor.


Então se formos observar sob este prisma, quem contribuiu para essa falência, hoje ajudou e ajuda a ressuscitar nosso amado Estado?


E se formos considerar que antes do inesquecível Orleir, seus antecessores, também, eram do espólio que hoje é o Partido Progressista (PP).  E se ainda formos considerar, que hoje são aliados a quem está no Poder, chegamos a conclusão que desde Março de 1991, é o mesmo grupo que governa o Estado.


E ainda, lembrar que os dois principais partidos que hoje disputam um quase UFC (PSDB x PT), se hoje são oponentes.  Mas num passado não, tão… tão distante, como diria nosso herói Shrek,  um dia já foram aliados e coligados.  Já que na 1ª eleição de Jorge Viana para Prefeito sua vice era Regina Lino.  E na sua 1ª eleição para governador o Vice era o Saudoso Edson Cadaxo.


E um dos maiores “defeitos” atribuídos ao candidato da oposição na eleição anterior ao Governo, que era o de não ser acreano nato.  Dessa vez não poderá ser explorado pela situação, já que ambos tem o mesmo “defeito”


O que significa que mesmo de forma coadjuvante ou quase insignificante o atual adversário já foi útil e merece ser aplaudido ou repudiado por parte do sucesso ou fracasso do grupo que hoje está no poder?


Parece aquela coisa de casal quando se separa de forma não amigável ou civilizada, e fica um falando mal do outro.  Esquecendo os bons momentos vividos, e que já foram úteis um ao outro.  E agora um só ver os defeitos e falhas do outro.


Um fato inegável e que temos que reconhecer e parabenizar é que de fato em diversos aspectos o Acre teve grandes avanços, melhorias e progresso em alguns setores.  Temos que dar o devido mérito ao que de bom foi realizado depois de 1999 até os dias de hoje.


Mas outro fato inegável é que se houveram avanços, progressos e melhorias para o Estado e a sociedade.


Houve de forma muito mais acentuada e exponencial para membros do grupo político que desde então tem administrado o Acre. E os que a este tem dado sustentação.


Para quem quer se manter no poder e para quem quer mudanças e renovação. Bem como, para quem ocupa cargos que dependem de uma ou outra situação.  E ainda para empresas que fornecem produtos, materiais e realizam obras com quem hoje estar no poder, é normal e compreensivo que estejam, antes e acima de qualquer coisa defendendo seus interesses particulares, o que não tem nada de errado nisso.


Mas uma das grandes reflexões que devem se feitas, pelos cidadãos que não tem nenhum interesse direto na eleição de qualquer um dos candidatos no pleito atual é….


Se essas realizações foram boas o suficiente para mantermos este mesmo grupo no Poder por mais tempo ou se é o momento de mudança?


E, que cada um, que não tem interesse direto, no Tribunal de sua consciência pense, analise, reflita e vote no que é melhor para nossa cidade, ou menos ruim para nossa cidade.


Eu em minha filosofia partidária, invocando novamente a arte, infelizmente hoje, sou adepto da política Cazuzista “Meu partido, é um coração  partido/ E as ilusões estão todas perdidas/Os meus sonhos foram todos vendidos tão barato que eu nem acredito/Ideologia eu quero uma pra viver”


Espero que a frase “Para criar inimigos não é necessário guerra, basta dizer o que se pensa” de Martin Luther King, não passe a fazer parte do meu cotidiano.


E que o Senhor nos conceda paz, tolerância e a possibilidade de conviver, se não amigavelmente, pelo menos respeitosamente.


José Alexandre da C. Braz, 37 anos, Bancário


 


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