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Indígenas afirmam que não fizeram Procurador da República de refém

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Uma das lideranças indígenas do povo Noke Koi, Levi Katukina, disse ao ac24horas que eles não fizeram o procurador Luidgi Merlo, de refém na terra na manhã desta quarta-feira, 13, apesar de um trator ter sido atravessado na saída, impedindo a passagem do grupo que estava no local. Além do Procurador, estavam presentes funcionários do IBAMA e do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado – Idaf.


Levi diz que a obra do linhão está paralisada até que eles recebam dinheiro em espécie, além das estruturas que estão sendo erguidas nas terras indígenas. “Nós não fizemos o procurador de refém, nós só precisávamos que ele ouvisse todos os envolvidos no caso. Porque nós fomos convencidos e enganados por essa empresa milionária, que está fazendo o linhão na nossa terra”, relata Levi.

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De acordo com ele, a Zopone, que é a empresa responsável pelo linhão, está construindo no local, casa de farinha, aviários e açudes. “A empresa tem que dizer quanto vai investir aqui na nossa terra e dar a metade disso em dinheiro e o restante que faça essa estrutura. Como nós vamos manter tudo isso funcionando?”, questiona ele.


Os indígenas afirmam ter havido danos ambientais nos 18 quilômetros da Terra Indígena deles, com a derrubada de samaúmas e também querem receber pela mitigação dos danos causados e também uma compensação pelo linhão atravessar a terra indígena.


O Procurador da República no Acre, Luidgi Merlo, por meio da Assessoria de Comunicação do MPF disse que os ânimos se exaltaram e que os indígenas chegaram a atravessar um trator na saída da terra indígena, mas que todos que estavam na ocasião saíram em segurança do local.


De acordo com ele, a visita às obras do linhão foi feita na terça-feira, 12 e novamente nesta quarta-feira, 13, a convite da empresa responsável pelo empreendimento, que queria demonstrar o andamento das obras para os órgãos envolvidos na fiscalização e as licenças.


“Na tarde de ontem, o procurador se reuniu com as lideranças indígenas para colher informações e as impressões da comunidade sobre o andamento dessas obras. Como os indígenas apresentaram uma lista de reclamações e pedidos, o procurador chamou uma reunião hoje pela manhã com a empresa e os indígenas para tratar dessas reclamações. Durante a reunião, os ânimos se exaltaram e os indígenas chegaram a atravessar um trator da empreiteira no acesso à aldeia, dizendo que só abririam com o encaminhamento das demandas. O MPF mediou a situação, deu um prazo para a empresa responder aos pedidos, e, diante da decisão dos indígenas de paralisarem as obras até a solução das demandas, intermediou também um pedido de prazo para que a empresa fizesse os serviços necessários à segurança das instalações parciais que já existem no local, o que será deliberado pelas lideranças indígenas. A reunião foi encerrada e o acesso foi liberado e todas as pessoas que estavam na ocasião saíram em segurança”, relatou a Assessoria do MPF.


Sobre o trator ter impedido a saída das pessoas do local, Levi Katukina sorriu e disse que o trator “foi atravessado”, mas não cita de quem foi a ação.


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