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Linhão está chegando em Cruzeiro do Sul e energia poluente dará lugar à renovável

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O linhão de energia elétrica, que já liga 11 cidades do Acre ao Sistema Interligado Nacional, recebendo energia gerada a partir da hidrelétrica de Itaipu, está chegando no Vale do Juruá. A previsão é de que em 2025, a energia hoje gerada a base de óleo diesel, seja substituído em definitivo pela trazida da maior geradora de energia limpa e renovável do planeta: Itaipu.


As gigantescas torres já são vistas ao longo dos mais de 600 quilômetros da BR-364 até a altura do Projeto de Assentamento Santa Luzia. Grande parte já está com os fios e há também torres sem fios dos dois lados da rodovia federal. Há torres no meio da floresta, nas margens de rios, em meio a pastagens.

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A etapa feita agora é a das obras da transmissão entre Feijó e Cruzeiro do Sul. Os moradores dos municípios de Mâncio Lima e Rodrigues Alves, no Vale do Juruá, também receberão a energia depois do rebaixamento da tensão nas subestações, que também estão sendo feitas.


GANHO AMBIENTAL E FINANCEIRO


No meio da floresta Amazônica, a energia gerada a base de óleo diesel tem um alto custo financeiro e ambiental, situação que será revertida em 2025.


O Governo Federal, por meio do Ministério das Minas e Energia, investe cerca de R$ 700 milhões na execução da interligação, que vai gerar uma economia em torno de R$ 250 milhões por ano com a redução do repasse da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) para a região. As termelétricas funcionam à base de óleo diesel


Conforme a Energisa,empresa que distribui energia no Acre, atualmente, as setes usinas térmicas do Acre consomem cerca de 5,5 milhões de litros de óleo diesel por mês. ” Este é o maior projeto de descarbonização do Brasil. Até 2025, somente no Acre, serão desativas cinco usinas termoelétricas. As intervenções estão divididas em três blocos. No bloco I, concluído em 2020, as cidades de Assis Brasil e Manoel Urbano foram interligadas ao Sistema Interligado Nacional; no bloco II, serão contemplados, ainda no ano de 2023, os municípios de Feijó e Tarauacá. O bloco III prevê a conexão da região de Cruzeiro do Sul, até 2025″, disse a empresa, por meio da Assessoria de Comunicação.


COMPONENTE INDÍGENA NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO LINHÃO


O licenciamento ambiental no trecho do linhão entre Feijó e Cruzeiro do Sul é feito pelo governo federal. Para a instalação do linhão, na Servidão Administrativa, os donos e ocupantes das terras onde as torres são instaladas, recebem um tipo específico de indenização.


O mesmo é feito com os Povos Indígenas, os Noke Ko’i – Os Katukina, da Br 364. Para compensar os impactos provocados com a instalação do linhão de energia para Cruzeiro do Sul, a Transmissora Acre, investe 10 milhões em ações de mitigação na terra deles, em 18 quilômetros da rodovia federal. São 8 programas, 27 projetos e mais de 100 ações de segurança alimentar e cultura.


Entre as ações de mitigação na Terra Indígena Katukina há medidas relacionadas à segurança alimentar, organização e fortalecimento da cultura deles.


Destaca se a construção de cerca de 50 açudes e tanques para a piscicultura, aviários para a criação de aves, construção da sede da Associação, da Casa das artes, Centro Cultural, Centro de Medicina, armazém, cantina, 11 casas de farinha, 11 indústrias de açúcar. Nas terras também serão implantados Sistemas Agroflorestas – Safs. Também será feita a mecanização agrícola em 11 módulos de terras.


Outras novidades serão a implantação de um sistema de monitoramento remoto de queimadas, por meio de parceria com a Universidade Federal do Acre- Ufac. E câmeras serão instaladas em 2 pórticos, na entrada e saída da Terra Indígena, que ficarão interligadas ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública – Ciops do Acre e à Polícia Rodoviária Federal- PRF.


As ações de saúde e educação, serão executadas por meio de parcerias com a prefeitura de Cruzeiro do Sul e o Governo do Estado.


” O objetivo é mitigar danos os danos sócio ambientais e econômicos dos Povos Indígenas. Todos, por onde o linhão passa, recebem de acordo com as especificidades, como os particulares, as reservas extrativas. No caso dos índigenas é diferenciado, é como uma compensação já que as terras são da União e os indígenas têm o uso fruto”, explica o coordenador do Plano Básico Ambiental do Linhão, Gilberto Siqueira, que já foi secretário de Planejamento do governo do Acre.Ele conta que nesta segunda-feira, 23, terá início o curso de brigada de incêndio na TI. ” Será a 1° brigada de incêndio índigena formada pelo Corpo de Bombeiros do Estado “, pontua Siqueira.

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Na cena cultural, foram produzidos um Atlas da comunidade e sete álbuns com músicas do povo Noke Ko’i. O material que registra a história e a cultura da comunidade indígena foi lançado em um evento que ocorreu no Centro Educacional – Cedup), na última quinta-feira , 19.


O líder indígena Levi Katukina destacou que o lançamento das produções é um momento especial para a valorização da cultura dos indígenas.


“É um registro especial para o fortalecimento da nossa cultura. Um registro que vamos deixar nas nossas escolas, para os nossos jovens que futuramente serão lideranças e que vão colher os frutos do nosso trabalho”, ressaltou a liderança, que acredita em dias melhores com todas as ações mitigadoras. ” É um novo tempo para nós agora e no futuro “, aponta.


A Terra Indígena Campinas Katukina fica localizada na Rodovia BR 364, km 60, sentido Cruzeiro do Sul – Rio Branco-AC, e possui 11 aldeias, com mais de 800 indígenas.


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