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Sequência de cheias e secas estão empobrecendo Acre, diz especialista

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A Assembleia Legislativa do Acre realizou nesta quinta-feira (25) uma audiência com o tema “Rio Acre, das cheias às secas extremas” para debater a situação do principal manancial abastecedouro das cidades do Vale do Acre, especialmente Rio Branco. Anualmente, o Rio Acre perde 8 centímetros de lâmina d’água. Está secando em ritmo acelerado, segundo os cientistas.


Ativistas sociais, políticos, gestores públicos, representantes dos órgãos ambientais e pesquisadores, como Claudemir Mesquita e Foster Brown, estiveram participando da iniciativa da Mesa Diretora da Aleac.

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“Hoje pela manhã a primeira coisa que fiz foi ir às margens do Rio Acre e vi um ambiente descuidado”, disse Mesquita, fazendo críticas às instituições que gastaram milhões de reais com pontes sobre rios que não garantem perenidade. Conforme o especialista, a cheia de 2015 mostrou que as enchentes reduziram o ciclo. O projeto da Estrada do Pacífico, segundo ele, foi “criminoso” para o Rio Acre.


“Somente para Rio Branco, o Rio Acre gera R$ 45 milhões em recursos financeiros a partir do negócio da extração de areia, tratamento da água, lavagem de carros e etc, mas é bombardeado diariamente com mais de 60 mil litros de esgoto produzidos na capital. Em 15 anos, o volume de esgoto e agroquímicos será maior que o de água no Rio Acre, mantidos os números atuais”, destaca Mesquita.


Já o professor Foster Brown disse que o prejuízo em 2015 com as enchentes oscilou entre R$ 200 e R$ 600 milhões somente em Rio Branco e isso sem levar danos psicológicos e sociais, além de um empobrecimento invisível do Estado em função dos eventos extremos. Ele recomenda à Aleac criação de lei exigindo diagnóstico pós-eventos.


Foster apresentou que mais de 50% das chuvas entre julho e agosto vem da reciclagem promovida pelas florestas na Amazônia. As florestas do Acre não suportam períodos prolongados de seca.


O pesquisador discorreu sobre problemas de saúde decorrentes do fumaceiro das queimadas. Ele apresentou outra recomendação: série de audiências públicas envolvendo países e Estados vizinhos.


A diretora do Instituto do Meio Ambiente do Acre (IMAC), Paola Daniel, disse que é necessária uma reflexão, pois a adesão ao tema é baixa. “Poucas pessoas e instituições se interessam. Muito difícil convencer pessoas a investirem nessa área, pois é tudo de longo prazo”, disse, apresentando a dualidade dos extremos vividos pelo Acre, secas ou cheias extremas, defendendo a educação ambiental como meio de avançar o debate.


O ativista Jesus Bayma, de Porto Acre, disse que ali é o município onde mais se produz melancia, mas os frutos já não tem o mesmo peso de antigamente. Já o secretário de Meio Ambiente de Porto Acre, Raimundo Bezerra, deixou um alerta: a cheia ocorrida naquela cidade elevou o nível do Rio Acre muito rapidamente, algo novo para a região. “Estamos ilhados por rio”, disse, informando não haver condição de navegação pelo Rio Acre.


“Vamos fazer um relatório sobre esta audiência e vamos encaminhar para os órgãos e a nossa Comissão de Meio Ambiente”, disse o presidente da Aleac, deputado Luiz Gonzaga (PSDB).


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