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Candidatos deveriam jogar SimCity

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SimCity é um joguinho desses que se instala no computador. Foi desenvolvido no final dos anos 80 por um ex estudante de arquitetura, de engenharia mecânica e de computação chamado William Ralph Wright, que não concluiu nenhum dos cursos e resolveu ganhar dinheiro fazendo brinquedos para marmanjo. Atualmente o programa é disponível até para smartphones.


O desafio do jogo é construir e administrar uma cidade. Se não resolver os problemas rapidamente, o caos se instala. A meta é crescer e se tornar uma metrópole efervescente e dinâmica. Impostos baixos atraem empresas, que atraem moradores, mas deixam o caixa baixo para produzir os equipamentos e serviços necessários à população e às indústrias, como o abastecimento de água e energia, escolas, hospitais, bibliotecas, ruas, metrô e a cidade estaguina. Impostos altos afugentam empresas e novos moradores.

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Encontrar a dose certa e gastar nos serviços e equipamentos certos é o desafio para o sucesso do jogador ‘prefeito’, cuja aprovação pelos munícipes ‘eleitores’ é medida continuamente.


Uma característica interessante é que o jogo não tem um fim pelo tamanho que a cidade toma, mas somente pela incompetência do gestor que pode falir a administração. Quanto mais a cidade cresce, maiores ficam os desafios para o suprimento dos sistemas de saneamento, energia e transporte.


O jogo permite que o prefeito faça algumas gracinhas para a galera e que aumentam sua popularidade. Mas isso pode implicar na falta de recursos para os serviços essenciais. Ensina também que é importante guardar um pouco dos recursos para situações imprevistas, quando a defesa civil tiver que enfrentar o Godzilla devastador.


Costumo recomendar esse brinquedo-laboratório para meus alunos de planejamento urbano, na engenharia. É fundamental para a compreensão da dinâmica de uma cidade. Porque alguns bairros se desenvolvem e outros ‘morrem’ estando tão próximos. O que, efetivamente, determina o congestionamento de um trecho específico do sistema viário, a saturação de uma linha do transporte de massa ou a falta de vagas numa escola ou de leitos no Pronto Socorro.


Candidatos a prefeito e vereador deveriam ‘brincar’ um pouco também de SimCity. Disputar quem tem mais aptidão para gerenciar os recursos e serviços, fazendo sua cidade crescer e sua popularidade idem. Seria legal acompanhar os resultados que cada um teve antes de por meu voto na urna da próxima eleição. Não que isso seja condição de capacidade, mas ajudaria muito como um indicador.


No SimCity, quando falta empregos o ‘prefeito’ precisa ampliar a oferta de espaços e condições para instalação de novas empresas. Nem tem a opção de criar novos cargos na administração. Também não é assediado por cabos eleitorais e fornecedores que contribuíram em sua campanha, nem por companheiros de chapa que perderam a última eleição. Mas nem tudo é perfeito.


https://www.ea.com/pt-br/games/simcity




 


Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.  

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