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ARTIGO – Ferido com o ferro que feriu

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LUIZ CALIXTO


Para economizar palavras é melhor resumir dizendo que o governador Gladson Cameli herdou um estado com infecção generalizada de problemas.

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Em uns mais, em outros menos, não há um seguimento estatal que não esteja infestado pela praga da incompetência.


Se não bastasse tudo isso, nos dias finais da agonia petista, o rosário de problemas do novo governador foi adornado com uma “continha” tão grave quanto as demais: o passivo de 50% do décimo terceiro de servidores ativos e aposentados. Vale lembrar: o pagamento em dia era o último argumento que o PT carregava na cartucheira.


Os outros, como o desbaratamento do esquadrão da morte, saúde de primeiro mundo, geração de empregos e avanços na educação foram desmascarados, respectivamente, pela crescente onda de violência, filas nos corredores dos hospitais e UPA’s, quebradeira da economia local e pela taxa de analfabetismo.


Um servidor público dificilmente lembrará das misturas do seu almoço na semana passada, mas, por muitos e muitos anos, se recordará que o PT foi ferido com o ferro que sempre feriu seus adversários políticos.


Salvo os poucos curiosos que tinham informações sobre a fragilidade financeira do estado, a maioria ainda sonhava com o governo fazendo apenas “charminho” para, ao final, anunciar, com o foguetório peculiar, o fechamento de duas décadas sem atrasar os salários.


Todavia, a última esperança foi sepultada no dia 27 e, além de deixar pendurado no prego cerca de 90 milhões de reais, o governador, sem ao menos ficar vermelho, previu que generosos repasses do FPE serão creditados em janeiro e fevereiro, embora não se tenha qualquer movimento de arrecadação a alimentar essa expectativa.


A equação que caiu no colo do novo governo é a seguinte: Por quanto tempo a raiva dos servidores nutrida contra o PT esticará a paciência destes diante do novo governo?


Qual será a reação se o novo governo vir a público falar que não terá dinheiro para sanar o atraso, à vista, pois não recebeu os “repasses generosos” anunciados pelo ex-governador?


Por quanto tempo a expectativa de chamada de concursados para PM será freada pelo aperto do cinto, vez que não há garantias sequer para pagar a folha atual?


Se, do nada, aparecer 100 milhões de receitas, qual destinação dará o novo governo: saúde, segurança, fornecedores ou o décimo?


A dívida do 13° atinge 28 mil vítimas na parte mais sensível do ser humano: o bolso. Não se deve esquecer que eventuais parcelas a maior de FPE recebidas em determinado mês não se repetirão obrigatoriamente nos meses subsequentes.


Manter o pagamento em dia consiste em, desde janeiro, provisionar no fluxo de caixa o que veio a maior num mês para compensar o que vier a menor noutro, coisa que o governo de anterior não fez. Quando veio “a mais” o governo de Tião torrou.


Torcer pelo crescimento da arrecadação federal do imposto de renda e do IPI para, assim, aumentar a “mesada” federal também fará parte da sorte da nova gestão.

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