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Filho de traficante que foi estuprado com barra de ferro por policiais tenta conseguir cirurgia

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O jovem Cleydvar Alves de Oliveira Júnior, que, no dia 13 de setembro do ano passado, teve uma barra de ferro introduzida em seu reto, ação praticada supostamente por policiais civis, luta, há quase um ano, para fazer uma cirurgia e deixar de usar saco de colostomia. A desembargadora Cezarinete Angelim, despachou no último dia 10 de agosto, pela concessão de liminar para o agendamento imediato da cirurgia e, ainda, a realização de tratamento ambulatorial.



Cleydvar, na época dos fatos era de menor. Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a família preferiu não gravar entrevista. O jovem que em setembro do ano passado relatou com exclusividade ao ac24horas a violência brutal sofrida desde que foi retirado de dentro de casa, por supostos policiais civis, sofre com depressão, teme pelo uso definitivo do saco de colostomia que ainda carrega em seu corpo há quase um ano.

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A judicialização do tratamento de saúde poderia até ser mais um caso – em meio a centenas de processos impetrados no Tribunal de Justiça – mas chama atenção pelo desdobramento dos fatos envolvendo o menor.


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O caso foi de conhecimento da promotoria de Controle Externo da Atividade Policial e Fiscalização de Presídios. “Com certeza, a promotoria vai pedir diligências”, confirmou o corregedor. A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Acre, também ficou de acompanhar e cobrar rigorosa apuração dos fatos. A Comissão dos Direitos Humanos se pronunciou favorável a elucidação do caso.


A Corregedoria da Policia Civil soube dos fatos através do ac24horas, o Corregedor, Alex de Souza Cavalcante, afirmou que o delegado, coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) onde, supostamente os fatos tenham ocorrido, formalizou pedido de investigação.


Para a reportagem, Alex garantiu que a apuração seria feita na esfera administrativa disciplinar e criminal. Um mês depois do caso ganhar repercussão, após formalizar o pedido de investigação, à Corregedoria de Policia Civil removeu o delegado Karlesso Nespoli, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) para a 3ª Delegacia Regional. A Policia Civil (PC) negou que a mudança tenha ocorrido em função da apuração do caso, disse que a transferência de Nespoli foi de “caráter administrativo e dinâmico”, afirmou a assessoria de imprensa da PC.


O delegado e ex-coordenador da DIC, Karlesso Nespoli, desde o primeiro momento em que foi procurado pela reportagem, se negou a dar esclarecimentos.


Mas há informações do advogado da família de Cleydvar que o fato mais novo na apuração, há quase um ano atrás, era a revelação de uma imagem do menor preso dentro de uma Delegacia da Polícia Civil. O suposto documento foi apresentado à mãe e à madrasta da vítima e será requisitado na conclusão do processo.


Até a atualidade, nada de novo foi apresentado. A corregedoria da Policia Civil não esclareceu, como prometeu, os suspeitos e nem as medidas administrativas tomadas após a apuração do caso.


Uma nova batalha – Além de sofrer sem saber quem praticou o ato brutal contra seu filho, mãe e madrasta de Cleydvar, passaram a enfrentar uma outra batalha, na fila dos postos de saúde, hospitais, e nos corredores do Núcleo de Apoio Técnico em Saúde – NAT-Jus, do Tribunal de Justiça do Estado, tentando o que, em tese, seria obrigação do estado, a cirurgia para evitar que o jovem, deixe de usar o saco de colostomia para o resto de sua vida.


A reportagem teve acesso ao laudo do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB), assinado pelo médico cirurgião Rodrigo de Amaral Firmino que confirma trauma abdominal por agressão física.


Procurado, o advogado da família, Romano Gouveia, não gravou entrevista. Disse que respeita a dor dos familiares da vítima que sofre com depressão e pelo fato de ainda carregar no corpo um saco de colostomia.


De acordo com o que a reportagem apurou, as partes já foram intimadas à comparecer na audiência de conciliação na próxima quarta-feira (23) no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Tribunal de Justiça, em Rio Branco.

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