Numa sessão morna, nesta terça, 20, o assunto principal foi o projeto do Governo do PT, Ruas do Povo. Segundo promessa do governador Tião Viana (PT), em 2010, até o final de 2014 todas as ruas nos 22 municípios do Acre seriam pavimentadas. Isso obviamente não aconteceu. A oposição na ALEAC denuncia não só o ainda grande número de ruas sem pavimentação, como a qualidade das obras e a utilização de recursos que, segundo o deputado Éber Machado (PSDC), já chegam a meio bilhão de reais. As críticas começaram com o deputado Luiz Gonzaga (PSDB) que denunciou problemas no projeto em Cruzeiro do Sul e Porto Walter. Já quase no final da sessão Éber Machado listou uma série de irregularidades do Ruas do Povo. Ele admite que poderá propor uma CPI para investigar o programa do Governo do Estado.
Assista ao vídeo com Éber Machado e Luiz Gonzaga sobre os problemas do Ruas do Povo. Pelo menos três deputados petistas foram convidados para participarem do debate, mas nenhum quis responder as acusações da oposição.
Reprimenda
Quando convidei o deputado estadual Lourival Marques Filho (PT) para o debate sobre o Ruas do Povo a suas resposta foi: “Chame o Jenilson Leite (PC do B) ele que abriu mão do seu tempo na tribuna para o Éber Machado falar”.
A bem da verdade
Na realidade a deputada Leila Galvão (PT) também abriu mão do seu tempo na tribuna para o pronunciamento de Éber. Mas imagino que nem Jenilson e nem Leila sabiam que no final da sessão Éber Machado viria com uma denúncia tão contundente contra o Governo.
Tempo para orientação
Na tribuna nenhum deputado da base governista defendeu o programa Ruas do Povo. Acho que deverá haver uma reunião com os cardeais do Governo do PT para saber a linha de defesa. Na próxima sessão deverão vir afinados para falar das “maravilhas” do programa.
Precipitação óbvia
Que existe a necessidade de pavimentar as ruas do município do Acre é obvio. Mas como uma grande liderança petista me falou certa vez houve uma correria na realização do programa. Isso para honrar a palavra do governador que prometeu pavimentar todo o Estado.
O apressado come cru
Essa correria que tinha vistas para a eleição de 2014 acabou gerando diversos problemas na realização das obras. Uma vez um empreiteiro que pavimentava ruas no interior do Estado me confessou que faltava um projeto de engenharia mais elaborado para o Ruas do Povo.
O desgaste de uma CPI
Éber já pensa em propor uma CPI da Ruas do Povo faz tempo. Evidentemente que a oposição não tem deputados suficientes na sua base para aprovar a sua implementação. Mas o debate em torno da CPI irá causar muito desgaste ao Governo.
Minha opinião
O Ruas do Povo é um ótimo projeto. Mas deveria ter sido feito com parcerias maiores com as prefeituras, inclusive, as de oposição. As responsabilidades seriam divididas. A outra falha é a pressa na sua execução e o material utilizado. Num Estado quente como o nosso poderiam ter usado mais tijolos do que asfalto frio e quente. Quanto a utilização dos recursos isso é assunto para TCE, TCU e parlamentares fiscalizadores.
Começou a corrida à vereança
A atual secretária estadual de Turismo, Raquel Moreira (PT), já se filiou ao PT para concorrer a uma vaga na Câmara da Capital, em 2016. A política está no sangue da jornalista e advogada Raquel. Ela é irmã do ex-deputado Astério Moreira.
Outro jornalista na parada
O jornalista Evandro Cordeiro (PSC) se filiou ao partido da ex-deputada Antônia Lúcia (PSC) para lutar por uma cadeira de vereador. Evandro espera contar com o apoio dos colegas para chegar à Câmara Municipal de Rio Branco.
Tapa com luva de pelica
O deputado federal Major Rocha (PSDB) surpreendeu ao colocar R$ 1,6 milhões para o Hospital do Câncer de Rio Branco. A saúde pública do Acre não anda muito saudável. Afinal existem pacientes de câncer simpatizantes de todos os partidos e não só do PT. Mandou bem!
Problema oculto
Outra área que ainda merece muitos cuidados pelo atual Governo é o da segurança pública. Houve uma espécie de trégua da marginalidade organizada. Mas as recentes execuções de jovens bandidos mostram que o “bicho ainda pode pegar”.
Relapso
Andei esses dias conversando sobre política no Quinari e no Bujari. Nos dois municípios Márcio Bittar (PSDB) saiu vencedor no segundo turno em 2014. Mas segundo as minhas fontes não investiu quase nada na estrutura de campanha.
Quem tem amigos pra ajudar não se preocupa
Gladson Cameli (PP), Flaviano Melo (PMDB), Vagner Sales (PMDB), entre outros, foram os que mais ajudaram na campanha que levou Bittar ao segundo turno. Mas faltou ao próprio tucano acreditar mais nas suas possibilidades de vitória. Investiu pouco no segundo turno e faltou apenas 5% para ganhar a eleição.
A velha oposição de volta
Bocalom (DEM) parece que vai mesmo ser candidato a prefeito de Rio Branco em 2016. Mesmo depois de várias derrotas seguidas a cargos majoritários Bocalom não desiste. Não elaborou um plano B e continuará a dar murro em ponta de faca no seu plano A.
A nova oposição
Tanto a deputada Eliane Sinhasique (PMDB) quanto a professora Socorro Nery (PSDB) representam uma renovação à oposição. Eliane ganhou duas eleições seguidas para vereadora e deputada. Nery é uma educadora qualificada com uma bela carreira na universidade. As duas representam renovação aos velhos caciques da oposição.
A importância da Rede ao debate
É importante que a ex-senadora Marina Silva (REDE) escolha um candidato para disputar a prefeitura de Rio Branco, em 2016. No momento em que São Paulo padece pela falta de água, Belo Horizonte vive um clima desértico e Porto Alegre assiste a maior cheia do Guaíba, o meio-ambiente deixou de ser “perfumaria” à opinião pública. Mas um tema essencial nos debates sobre as nossas cidades. O candidato escolhido pela Rede, em Rio Branco, irá participar dos debates. Certamente proporá soluções ambientais para melhorar a qualidade de vida dos habitantes da nossa Capital. As ideias poderão ser utilizadas por quem por ventura vença o pleito. E ninguém ganha nenhuma eleição antes da abertura das urnas. Então os ambientalistas obviamente entrarão com chances na disputa. A Rede marcar espaço nessas próximas eleições será essencial. Poderá qualificar a “mesmice” de sempre e cumprir o seu papel social e político.
