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“Deus está aqui!”, diz líder gay durante Parada do Orgulho LGBT em Rio Branco

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A 10ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Rio Branco foi marcada por redução no número de participantes e, principalmente, pela vaia que os chamados “políticos homofóbicos” levaram, por não aprovarem, no Brasil, o casamento gay. Num tom de protesto, o líder da classe LGBT do Acre, Germano Marino, pediu que os participantes, antes mesmo de a caminhada começar, gritassem e vaiassem os parlamentares federais.


O tom crítico aos políticos sugeria que os parlamentares brasileiros tomassem como bandeira a luta contra a homofobia. Dessa vez não houve a execução do Hino Nacional antes de os participantes começarem a caminhada que se estendeu, da entrada lateral do Colégio de Aplicação, até a praça do Novo Mercado Velho, às margens do Rio Acre.

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“A parada saiu com gosto de revolução. Saiu com gosto de coragem. Nós estamos realizando dez anos de parada do orgulho LGBT. Nesse ano, nós homossexuais, aqui presentes, temos a missão de levarmos para o Brasil o exemplo. Parada não é lutar de violência, não é lugar de fundamentalistas, nem de intolerância. Parada é lugar de seres humanos. O movimento é em defesa dos direitos humanos”, explicou Germano, presidente da Associação dos Homossexuais do Acre (AHAC).


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Ainda segundo o organizador do evento, “ninguém pode nem imaginar, nem negar a importância dos Estados Unidos. Tudo o que fazem, eles refletem, e crescem, e nos ensinam. Nós, desde 2013, nós só podemos casar por causa de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça”, lembrou ao fazer referencia à aprovação, na Suprema Corte Americana [espécie de Supremo Tribunal Federal, no Brasil] do casamento gay, ocorrida no fim da semana passada nos Estados Unidos da América (EUA).


Sobre a normativa no Brasil, o ar crítico se fez presente e os parlamentares brasileiros não foram esquecidos durante discurso de abertura. “O Congresso Brasileiro, aqueles covardes, deputados federais, senadores homofóbicos, não aprovam o casamento gay. Eu quero pedir uma vaia para esses parlamentares homofóbicos, uma vaia para esses parlamentares que nós temos aqui no Acre, e que pregam o ódio, a violência, o desamor. Uma vai gente!”, pediu o líder gay ao dizer que a Parada é a busca pela cidadania.


Outro polêmico momento da Parada ocorreu quando Germano se referiu a Deus, fazendo menção ao texto bíblico de 1 João, capítulo 4, verso 8, texto que iguala Deus ao amor. Germano esclareceu que Deus estaria ali, entre os homossexuais. “Deus está aqui presente, porque Deus é amor. E nós, aqui unidos, de mãos dadas e com o coração cheio de alegria, para reafirmarmos a nossa luta, hoje, no dia 28 de junho, no dia Mundial do Orgulho Gay”, completou Marino.


Para a professora Andressa Rocha, participar da Parada vai além do protesto, é também uma forma de se divertir e estar ao lado de pessoas que ela considera como “alto astral” e “para cima”. “Isso aqui ;e muito mais que um ato de protesto. Vamos também comemorar a vida ao lado de pessoas felizes e que apenas querem passar um pouco do amor que tem. Temos é que viver a vida, e nada mais”, afirma a simpatizante.


20150628141936MANIFESTAÇÃO SILENCIOSA
Momentos antes do início da caminhada da Parada do Orgulho LGBT de Rio Branco, era possível ver diversos cartazes pedindo o fim da intolerância religiosa. Um banner colocado no meio da avenida pedia o fim da intolerância religiosa e trazia a seguinte mensagem: “Intolerância religiosa é crime de ódio e fere a dignidade humana”. Esse foi um dos pontos mais comentados durante a 10ª Parada da capital acreana.


PÚBLICO
A organização da Parada não soube precisar a quantidade de pessoas que teria participado do movimento, neste domingo, 28. Mesmo assim, membros da organização arriscaram o quantitativo de 5 mil pessoas, o que seria relevante, visto que não houve muito divulgação e as condições financeiras para a realização do evento era bastante apertada. Para a Polícia Militar, em média, seis mil pessoas participaram do evento, o que, de fato, mostra uma considerável redução no número de participantes do movimento acreano. Entre os próprios participantes, a estimativa é que cerca de três mil pessoas tenham participado.


COMÉRCIO
20150628134000O vendedor ambulante, Mauro Sérgio, aproveitou a realização da Parada LGBT para ganhar um dinheiro extra com a venda de acessórios como tiaras, pumas e chifres de plástico, objetos bastante utilizados durante a caminhada.
Em entrevista ao ac24horas, ele contou que chegou cedo à Avenida Getúlio Vargas, no Centro de Rio Branco, onde adeptos do movimento se concentraram para saírem em caminhada. “Dá pra fazer uns 300 reais todo ano. Esse ano mudou o trajeto. Vamos ver como vai ficar, né?”, comenta o vendedor.


TRÂNSITO
O trecho central da Avenida Getúlio Vargas, compreendido entre a interseção com a Av. Ceará, até a Rua Epaminondas Jácome, às margens do Rio Acre, no Centro, permaneceu interditado por mais de seis horas, tempo percorrido entre o início da concentração e o fim do show que se apresentou após a caminhada, num palco montado na praça do Novo Mercado Velho, destino final dos simpatizantes.


SEGURANÇA
Mais de 100 policiais militares fizeram a segurança dos participantes da 10ª Parada do Orgulho LGBT, durante a tarde deste domingo, dia 28 de junho. Além disso, cerca de 20 agentes de Trânsito, entre eles servidores do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), Superintendência Municipal de Transportes de Trânsito (RBTRANS) e homens do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM).


REGRAS
Os organizadores da 10ª Parada do Orgulho LGBT fizeram uma séria de orientações aos participantes do evento. Para caminhar junto aos demais participantes, era necessário, segundo os organizadores, não consumir bebidas alcoólicas cujas embalagens fossem fabricadas em vidro, ou mesmo expor símbolos religiosos. Quem desrespeitasse as normas poderia ser detido pelos policiais. Além disso, a equipe do coordenação da caminhada destacou a proibição de atos obscenos, nudez, brigas ou atentados à vida das pessoas.


PREVENÇÃO
Um grupo, formado por cerca de 10 pessoas, distribuiu preservativos e produtos lubrificantes sexuais ao público que participava da caminhada da 10ª Parada do Orgulho LGBT de Rio Branco. Durante todo o percurso foi possível ver produtos pelo chão ou segurados pelos próprios homossexuais ou simpatizantes do momento gay.


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