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Farinha de Cruzeiro do Sul terá selo de indicação geográfica

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A farinha de Cruzeiro do Sul está na iminência de ganhar o seu selo de Indicação Geográfica (IG). No início deste mês, agricultores e técnicos acertaram os últimos encaminhamentos da documentação, que será enviada ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPE), órgão que concede o selo, uma espécie de marca do produto. A entidade responsável é a Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores Rurais de Cruzeiro do Sul (Camprucsul).


Os produtores, com apoio do Sebrae e Seaprof, antes, fizeram um levantamento histórico sobre a farinha da região, que foi entregue ao chefe-geral da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Eufran Amaral. Os técnicos da empresa coordenam o projeto “Farinha de Cruzeiro do Sul: Fortalecimento da Agricultura Familiar e Indicação Geográfica do Território da Cidadania do Vale do Juruá”.

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A tradicional farinha de mandioca, produzida artesanalmente no Juruá, ficou conhecida pela sua qualidade como “Farinha de Cruzeiro do Sul”. Para obter o selo, o produtor rural deve associar padrões de qualidade às características geográficas e culturais de uma dada região, além de proteger o processo tradicional de fabricação do produto.


Segundo a pesquisadora Palmira Oliveira, coordenadora do projeto, a IG traz vários benefícios econômicos e sociais para os produtos amazônicos e suas comunidades, principalmente a valorização do produto no comércio, possibilitando a melhoria do preço de venda e a agregação de valor.


Fornos mecânicos


Uma das etapas mais difíceis da fabricação de farinha de mandioca é a tostagem, devido à alta temperatura do forno e ao esforço físico empregado. Com o objetivo de facilitar o trabalho dos produtores rurais, técnicos da Embrapa e a Seaprof instalaram dois fornos mecânicos em propriedades da região do Vale do Juruá.


Um deles foi instalado na casa de farinha do agricultor Rosenir de Queiroz Pinheiro, que ficou animado com a praticidade do forno. “Com esse equipamento, a gente coloca a massa para torrar e deixa lá, pode até ir tomar um café e bater papo com o resto do pessoal”, disse.


Em agosto, a pesquisadora da Embrapa, Joana Leite, e a chefe da cadeia produtiva da mandioca da Seaprof, Palmira Oliveira, coletaram amostras de farinha tostadas com os novos fornos. “As análises vão verificar a qualidade e uniformidade da farinha de mandioca produzida com esse equipamento. Depois vamos comparar os resultados com a farinha produzida sem o forno mecânico”, afirma Joana.


Para Palmira essa é uma demanda antiga dos produtores rurais. “A ideia é manter a qualidade do alimento com a possibilidade de produzir mais em menos tempo, de forma que os agricultores não se cansem tanto”, diz.


Diagnóstico do produto na região
A farinha de Cruzeiro do Sul é um produto regional, artesanal, sendo fabricado em 84% dos casos em casas de farinha caracterizadas pelo baixo nível tecnológico e controle de qualidade. Apesar disto, tem grande valor cultural e contribui para a garantia da segurança alimentar das famílias da região, além de ser o principal produto agrícola da regional Alto Juruá, Estado do Acre.


O agronegócio da farinha apresenta uso intensivo de mão-de-obra familiar no cultivo da mandioca no campo e no processamento que demanda cerca de 70% da mão-de-obra. A área plantada com mandioca na região tem se expandido por causa das exigências ambientais de restrição do uso do fogo, ataques da praga mandorová, dentre outros fatores que afetam negativamente a produção de mandioca.


O preço da saca ao agricultor varia em função sazonalidade da oferta, dos custos do transporte, do mercado atacadista e da qualidade do produto. Os principais destinos são: local (5%); sub-regional – sudoeste amazônico (25%); e regional I, principalmente, Manaus (70%). A pavimentação da BR-364, entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, beneficiou os agricultores, pois eles têm potenciais compradores para escoamento por via terrestre.


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