O advogado Sérgio Farias, preso em flagrante na última quinta-feira, 30, no interior do Acre pela suposta prática de corrupção ativa, ganhou liberdade na noite desta sexta-feira (31). A Juiza Zenice Mota – que homologou a prisão em flagrante – não concedeu a prisão preventiva.
A magistrada não encontrou presentes no pedido de prisão preventiva, os requisitos centralizados no artigo 312 do Código do Processo Penal. A reportagem conversou por telefone com o advogado Sérgio Farias. Ele assegura ser vitima de armação por parte do delegado Rêmullo Diniz, titular da Delegacia de Manoel Urbano, município localizado a 228 km da capital, onde aconteceu a prisão em flagrante.
PARA ENTENDER O CASO – os sócios da fazenda Agropecuária São Paulo Amazônia iniciaram uma disputa pela propriedade. Na data citada, um boletim de ocorrência foi gerado na delegacia da cidade de Manoel Urbano, tendo como consequência, mútuas reclamações.
Em face da “pendenga”, uma das partes contratou o advogado Sérgio Farias, para representar-lhe nas ações do litígio da fazenda Agropecuária São Paulo Amazônia. Este, então, ligou para o delegado Remullo Diniz, pedindo uma conversa, onde teria alegado que não queria que fosse interpretada como um pedido de audiência, tendo ficado agendada para esta data.
Nisso, nesta quinta, Sérgio Farias, acompanhado do gerente da fazenda, Ruy Manoel, foi à delegacia. Ocorre que, para a surpresa do delegado Rêmullo Diniz, o advogado entregou-lhe a quantia de R$ 3 mil em cédulas de R$ 50, e solicitou à autoridade policial que representasse pela prisão da outra parte (sócio da fazenda e desafeto de seu cliente).
Depois de entregar o dinheiro para o delegado, Sérgio Farias disse: “Dr. foi o que deu pra sacar, mas peça a prisão do homem e apreenda um trator que está na propriedade, no trabalho de uma cerca, que providencio mais”, sem citar valores.
Em ato contínuo, diante daquela atitude do advogado, o delegado deu voz de prisão a este e também ao nacional Ruy Manoel, que acompanhava o causídico.
Em seguida, o delegado comunicou da prisão ao Poder Judiciário, à Ordem dos Advogados do Brasil/OAB Seccional Acre, ao secretário da Polícia Civil, em exercício, Carlos Flávio, e à Adepol (Associação dos Delegados de Polícia).