O governador Sebastião Viana estendeu o tapete vermelho e convocou todos os seus secretários para a posse de Wolvenar Camargo, na Assessoria Especial de Governo, na Casa Civil, na tarde desta terça-feira.
Sebastião Viana fez questão de convocar a imprensa e todo o primeiro escalão de seu governo para defender seu assessor e mostrar que não está preocupado com a repercussão negativa na opinião pública provocada pela volta de um dos principais envolvidos no escândalo do G-7, o que ficou evidente quando ele disse que “na vida a gente não tem que ter medo do que possam pensar das atitudes que estamos tomando. Nós temos que ter muito medo de tomar atitudes que não sejam verdadeiras, que não sejam justas, que não sejam da dignidade dos nossos atos. Eu penso que esse é o melhor caminho”, completou o governador.
Wolvenar Camargo foi nomeado assessor especial, mas a vontade do governador é de colocá-lo de volta na Secretaria de Obras. Sebastião espera apenas que questões jurídicas sejam resolvidas.
“A condição de assessor especial de Governo é um elo de confiança absoluta minha com ele. Ele não é secretário (secretário estadual de Obras) ainda no lugar do Leonardo, porque o Leonardo sabe que nós criaríamos uma dificuldade com o processo jurídico ainda, mas na hora que esse processo for definitivo se depender de mim, se Deus quiser dependerá, eu darei exatamente a devolução de cargo de secretário de Estado de Obras Públicas ao Wolvenar”, disse o governador.
Poucos secretários de Estado dos governos da Frente Popular do Acre foram tão honrados numa posse como o arquiteto Wolvenar Camargo. Último a falar na solenidade, ele se disse inocente e injustiçado.
“Foi um processo cheio de arbitrariedade e falhas. Sem qualquer julgamento. Não tive chance de defesa. A opinião pública e a maioria dos veículos de imprensa acusaram, julgaram em me condenaram sem que até o momento após 20 meses de investigação nada fosse provado. Não há nenhuma prova que me envolva em qualquer ato de corrupção”
Outros envolvidos no G-7 podem voltar ao governo de Sebastião
Wolvenar Camargo foi um dos 15 presos em maio do ano passado na Operação G-7 da Polícia Federal sob acusação de formação de cartel, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude à licitação e desvio de verba pública. Entre os cargos de confiança do governo também foram presos na mesma Operação, os secretários Aurélio Cruz (Habitação) e Gildo César (Depasa), homem forte do programa Ruas do Povo, e Tiago Viana Paiva, então diretor de Análise Clínica da Secretaria de Saúde do Estado, que também é sobrinho do governador Sebastião Viana e do senador Jorge Viana.
Ao ser perguntado por ac24horas, se os outros membros do G-7 também serão nomeados, Sebastião Viana deixou claro o interesse em nomeá-los e disse que o retorno ao governo depende apenas deles.
“O Tiago não tem nenhum interesse em retornar à vida pública, se sente profundamente decepcionado com a injustiça que foi praticada contra ele. Aguarda o pronunciamento final da Justiça. O Gildo César prefere aguardar todo o final desse processo pra só então se posicionar. Prefere ficar numa condição de casa, de família, e o Aurélio ainda não tomou uma posição quanto à sua condição de vida pública porque é também um servidor da Caixa Econômica”, acrescentou.