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Artigo: o casamento do lixo com os rios

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O ser humano é egoísta. E como é! Ele sempre quer mais do que já possui, e ainda que já tenha o necessário, continua querendo mais e mais. Na última semana acompanhei um seminário sobre o consumismo, um ótimo tema que mexe profundamente com nossos anseios econômicos e aquisitivos. Nos dias atuais, para se viver bem, grande parte de nossa sociedade sempre acha que é necessário ter os melhores aparelhos eletrônicos, as melhores roupas, casas e carros. É o chamado capitalismo consumista.


A influência desse conceito sobre nossa sociedade é, definitivamente, um problema sério. Isso porque quanto mais se quer, mais se produz se consome e se deseja. É como o planeta Terra, que gira em torno de si mesmo. O que muita gente não observa, nem faz o mínimo de esforço para imaginar, é o constante impacto causado na preservação de nossos rios, igarapés, de nossas nascentes. Isso se torna um problema de saúde pública, uma consequência catastrófica para nosso meio ambiente.

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Dentre outros problemas, o capitalismo consumista está destruindo a nossa cobertura vegetal, prejudicado a recarga dos aquíferos subterrâneos. Tem provocado muitas enchentes, diversos assoreamento e trazido novas doenças para as comunidades que vivem essa dura realidade. Essa certeza já chegou ao Acre, concorda comigo?


Posso citar nossa mata ciliar. Essa, aliás, desde que o Brasil começou a ser colonizado é destruída. E olha que o homem tem um conhecimento poderoso sobre esse tópico que faz nossos rios mais fortes e seguros. Nossos recursos naturais sempre foram destruídos sem muita reflexão. Isso é um problema de educação. Poucos sabem o que causa realmente o aquecimento global.


Uma demonstração do que estou falando pode ser observada em diversos igarapés do Acre. A própria comunidade já retirou a cobertura vegetal das margens de nossos mananciais. São os sinais da triste degradação ambiental. Diversas são, também, as áreas que correm o risco iminente de desmoronamento, de assoreamento. Mesmo com as ações do Poder Público, a quantidade de lixo que fica às margens de nossos rios é assustadora. Só não vê quem não quer!


E não são poucos os problemas causados pela falta de carinho com nossos rios. Um dos pontos mais fortes é a lixiviação dos resíduos e a contaminação da água. A educação ambiental deve estar presente nas escolas. Ela é a grande e mais forte estratégia a ser seguida. Será a grande cartada do Poder Público para com os agentes da sociedade. Será um importante exemplo de respeito e amor ao meio ambiente.


De qualquer forma a obrigação de qualquer individuo, seja ele quem for, é exercer o direito à cidadania lembrando sempre que ele próprio é o formador do meio ambiente. Não adianta apenas criticar o lixo do vizinho, ou “matagal” do terreno baldio. Não vai resolver nada falar o que todo mundo já sabe que está errado! O que tem que se fazer é tomar uma atitude e praticar a diferença.


O que vemos hoje em Rio Branco e boa parte do Acre – rios transbordando e pessoas ficando desabrigadas- é o reflexo do que vem sendo feito há anos pela sociedade: jogar lixo fora da lixeira; jogar o lixo “no mato”. Seja na beira do rio, seja no quintal baldio, o problema é como descartamos nosso lixo e para onde ele vai após ser descartado. Temos de transformar os hábitos malignos em atitudes bondosas. Vamos juntos, num só propósito, mudar nossas ações, e cuidar de nosso ambiente. Topa?


*João Renato Jácome é acadêmico de Jornalismo, membro do Coletivo Jovem de Meio Ambiente do Acre, membro do Programa Internacional de Voluntariado das Nações Unidas e participa de Redes internacionais pela Democracia, Meio Ambiente e Direitos Humanos.


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