Com a mais recente onda de imigração de haitianos para o Brasil usando o Acre como porta de entrada, o governador Tião Viana (PT) esteve em Brasília nesta quinta-feira para uma série de reuniões nos ministério da Justiça, Casa Civil e Desenvolvimento Social. Ao AC24horas, Viana informou que relatou aos ministros a situação de calamidade pela qual passa o município de Brasileia, na fronteira com Peru e Bolívia, e onde se concentram hoje mais de 1.200 haitianos.
O governador ainda estuda a possibilidade de decretar novo estado de emergência na região de fronteira por conta da calamidade. De acordo com ele, as informações são de que novos grupos de imigrantes estão com destino ao Acre, já nas proximidades do Peru. Quanto ao pedido de fechamento da fronteira, Viana disse que esta decisão é de competência do governo federal.
De Brasília, o governador saiu com o compromisso do Ministério do Desenvolvimento Social de ampliação da ajuda. Até dezembro os recursos enviados pela pasta tinham como base 600 pessoas, agora irá para 1.200, de forma imediata.
“A situação em Brasileia é aflita, inconformada, há um risco de incidentes”, diz ele. Em 2012 a fronteira com o Peru chegou a ser fechada, com a entrada de haitianas sendo permitida somente a quem possuía visto.
Com a barreira, os imigrantes passaram a se concentrar na cidade peruana de Iñapari, departamento de Madre de Dios. Sem ajuda local, eles moravam na praça central, com o governo do Acre fornecendo refeições após relatos da situação de calamidade na região.
De acordo com a secretaria de Direitos Humanos, a cada dia 70 pessoas chegam a Brasileia. Eles continuam a morar em um local improvisado montado pelo governo. No abrigo há 180 mulheres. De acordo com Damião Borges, funcionário do governo, um dos problemas é a redução na contratação dos haitianos por parte de empresas do Sul e Sudeste. Parte dos imigrantes é composta por parentes de pessoas já empregadas no Brasil, e que chegam com a perspectiva de também serem empregadas.
