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Doze dias após o incêndio na beira do Rio Acre, comerciantes se sentem enganados pelo prefeito Marcus Viana

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O “R” do letreiro da churrascaria do comerciante Valdir Ferreira Lima ainda está entre os escombros do incêndio que destruiu, no dia 11 deste mês, 13 comércios na beira do rio Acre, próximo ao Mercado Elias Mansour, em Rio Branco.


Comerciante_in1A lembrança das chamas daquela tarde ainda tiram o sono dos comerciantes que perderam seus bens e que agora perdem, também, as esperanças nas promessas feitas pelo prefeito de Rio Branco, Marcus Viana, que no dia da ocorrência garantiu mediar junto aos bancos oficiais linhas de créditos e toda assistência necessária através da prefeitura para o recomeço. Porém, segundo os próprios comerciantes, tudo não passou de promessas não cumpridas do petista.


“A vida inteira da gente foi aqui… Agora a gente ta esperando para saber o que as autoridades vão fazer pela gente”, diz emocionado o comerciante Valdir Ferreira Lima.

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O senhor Francisco Belarmino era proprietário do Comercial Beira Rio, considerado o maior comércio do local, avaliado em R$ 300 mil, fora os R$ 100 mil de mercadorias em estoque. Sem perspectiva, ele conta que sente enganado pelas promessas do prefeito.


“Há 25 anos trabalhando aqui no dia a dia no comércio, prestando assistência aos colonos e de uma hora pra outra – no dia 11 de dezembro – aconteceu aquilo que aconteceu. Nós estamos aqui nessa situação difícil: sem mercadoria, sem local, sem apoio nenhum. No dia aqui quando aconteceu o incêndio, o prefeito falou que ia dar todo o apoio pra nós. Mas ele levou os bancos lá como se fosse assim uma operação rotineira. Ele levou o pessoal do banco e dois rapazes do banco perguntaram quem tinha restrições, porque quem tivesse restrições não podia tirar crédito”, desabafa.


O que Também causa revolta nos comerciantes é o fato de o prefeito ter dito que não pode sequer indenizá-los porque a área comercial ficava num local de risco. O senhor Francisco Belarmino diz, porém, que sempre pagou alvará de funcionamento de seu comércio.


“O prefeito disse que não podia nem indenizar porque foi um incêndio e que por isso não tem como indenizar. Ele também disse que estamos numa área de risco. Sendo que estamos aqui há 24 anos e a gente também paga alvará de funcionamento e nunca fomos notificados”, conta.


Entre os comerciantes há relatos de pessoas que estão depressivas. Muitas delas se recolheram e não saem de casa desde o dia em que aconteceu o incêndio.


No local a prefeitura fez uma limpeza e colocou tapumes de uma ponta a outra da área. Só não disse se as famílias irão ou não voltar para o local. Tudo indica que a volta é quase impossível. E quem diz isso é o próprio prefeito Marcus Viana. “Nós estamos esperando um laudo do Corpo de Bombeiros. A princípio a área tá toda isolada até que tudo se defina. Mas eu como engenheiro civil já lhe adianto que será muito difícil haver uma autorização pra pessoas ocuparem a área de novo, porque todas elas já tinham sido notificadas em 2012, e novamente em 2013 porque ocupavam uma área de risco”, completa Viana.   


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O prefeito de Rio Branco diz ainda que se colocou à disposição de todos os comerciantes. Ele só não pode indenizá-los porque o incêndio foi criminoso e, portanto, a lei não permite indenização com dinheiro público em casos como esses.


“Eu fiz uma reunião com eles e deixei bem claro que ali há vários anos os comércios tinham sido notificados pela prefeitura porque ocupavam uma área de risco. Então, eles todos sabiam que ali era uma área em que as pessoas estão correndo riscos. E a prefeitura não pode indenizar, porque não tem previsão legal. Eu não tenho como pegar dinheiro da prefeitura e indenizar um comércio que pegou fogo, que partiu não sei lá de quem, mas tudo indica que é um incêndio criminoso. Como a prefeitura vai indenizar um comércio se a origem do fato foi um crime? Não tem previsão legal. Eu administro recurso público com a maior austeridade e com a maior responsabilidade”, argumenta o prefeito.


Ainda segundo Marcus Viana, a prefeitura sugeriu outros espaços como alternativas aos comerciantes.


“Eu chamei os chamei e estamos estudando caso a caso. Por exemplo: eu abri um espaço para uma senhora lá no mercado Elias Mansour. Nós abrimos a possibilidade de o pessoal trabalhar na Porto da Cadeia Velha. Pedimos a autorização do Deracre, lá tem um galpão. A solução não é imediata. Nós estamos buscando. Também oferecemos o espaço atrás do Mercado da 06 de Agosto.”


Sobre os créditos bancários, Viana se defende. Diz que conseguiu mediar créditos rápidos, sem burocracia, que podem ajudar de forma emergencial.


“O Banco do Brasil e Caixa ofereçam um crédito desburocratizado de até R$ 5 mil. Mais de mil camelôs já pegaram esse microcrédito. Mas eu pedi para a Associação Comercial para mediar junto aos fornecedores deles para não cobrar a mercadoria deles agora, porque eles não têm como pagar. Então eu to fazendo tudo que eu posso dentro da lei. Não posso fazer nada que a lei não permita. Eu não tenho condição, por exemplo, de pegar o dinheiro da prefeitura para pagar indenização deles”, acrescenta.


 


 


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