O nível do Rio Acre ultrapassou a cota de transbordamento e, às 9h desta segunda-feira (10), atingiu 14,13 metros, registrando um aumento de 7 centímetros em relação à medição das primeiras horas do dia, segundo a Defesa Civil de Rio Branco. Diante da situação, o prefeito Tião Bocalom (PL) afirmou ao ac24horas Play que a prefeitura está preparada para enfrentar mais uma enchente, fenômeno que tem ocorrido desde o início de sua gestão.
Atualmente, 10 bairros já foram atingidos, afetando cerca de 300 famílias. Entre as localidades impactadas estão Base, Airton Sena, Habitasa, Cadeia Velha e Seis de Agosto.
Bocalom destacou que a gestão municipal já enfrentou quatro enchentes, incluindo a de 2023, considerada o pior desastre registrado. Ele ressaltou que a prefeitura tem experiência no atendimento às vítimas e conta com o apoio do governo do Estado, da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. “A gente não queria isso, mas nossa gestão já enfrentou quatro alagações, sendo duas grandes. O pior desastre foi em 2023, quando muitas pessoas perderam tudo. A prefeitura fez o trabalho e cuidou. Em 2021, tivemos o prêmio de melhor abrigamento do Brasil. Isso nos deu mais habilidade para lidar com essas dificuldades. Espero em Deus que essa enchente não seja forte, mas a prefeitura está pronta. Temos a parceria do governador Gladson Cameli e sua equipe, além do suporte da Defesa Civil do Estado e do Corpo de Bombeiros”, afirmou o prefeito.
Para Bocalom, a solução definitiva para o problema das enchentes passa por projetos habitacionais que permitam a remoção das famílias das áreas de risco. “O sofrimento só vai diminuir quando tivermos os planos habitacionais. Temos mais de 2 mil casas destinadas a famílias que vivem entre as cotas de 14 e 15 metros”, disse.
O tenente-coronel Cláudio Falcão, da Defesa Civil, citou um alerta do Flood Hub, do Google, que monitora inundações com base em dados da Defesa Civil. Segundo a previsão, o nível do Rio Acre pode ter uma redução temporária, mas deve voltar a subir a partir do dia 17 de março.
“Era previsível que o rio transbordasse. Desde sexta-feira, quando atingiu 12 metros, já sabíamos que a cota de transbordamento seria inevitável. Estamos trabalhando desde então na construção de abrigos, monitoramento dos bairros e remoção das famílias afetadas”, explicou Falcão.
Ele também ressaltou que há uma grande resistência das pessoas em deixarem suas casas, muitas vezes por acreditarem que a água não chegará ou por medo de furtos.
Abrigos e remoção de famílias
Atualmente, 30 indígenas que moravam na região ribeirinha já foram acolhidos na Escola Madre Hidelbranda, no bairro 15. Além disso, 15 famílias solicitaram remoção de suas residências. “Já temos 30 pessoas abrigadas na escola e 15 famílias pedindo remoção. Estamos monitorando os bairros e identificando quais casas podem ser atingidas. Muitas pessoas resistem a sair, mas a partir do momento em que a água entra nas residências, precisamos agir rapidamente. O nível do rio ainda pode subir mais, então nossa equipe segue de prontidão”, concluiu Falcão.
ASSISTA AO VÍDEO:
