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Advogada afirma que comandante da PM disse que “mulher que volta com marido agressor merece apanhar”; militar nega e pede retratação

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Uma entrevista concedida pela advogada Tatiana Karla, presidente da Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao programa Gazeta Entrevista, da TV Gazeta, que foi ao ar no último dia 16 de agosto, quarta-feira da semana passada, resultou em um pedido de esclarecimentos e retração por parte do comandante da Polícia Militar do Acre, coronel Luciano Dias Fonseca, à presidência da OAB.


No programa apresentado pelo jornalista Itaan Arruda, cujo tema nesta entrevista era o aumento da violência contra a mulher, a advogada diz que o comandante da PM afirmou na sua frente e na da secretária de Estado da Mulher, Márdhia El-Shawwa, durante uma conversa sobre o assunto, que “mulher que volta com o cara (marido agressor) merece apanhar”.

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A questão girou em torno de dois casos de feminicídio ocorridos no município do Bujari, onde em um desses episódios, antes de ser morta pelo companheiro, uma mulher teria pedido ajuda da polícia ao ser ameaçada por ele e, segundo a advogada, nada foi feito para se evitar o desfecho trágico. Segundo Tatiana, a justificativa da polícia foi o fato de a mulher não ter representado o marido.


A seguir, o trecho da entrevista transcrito pelo coronel Luciano no pedido de retração:


Advogada: “O COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR foi lá falar o que que ele tava fazendo, quando ele falou o que ele tava fazendo eu falei, ‘agora eu entendi'”.


Jornalista: “O que ele tava fazendo?”


Advogada: “Ele tava piorando a situação.”


Jornalista: “De que forma?”


Advogada: “Ele falou assim… que, é, a mulher, como se fosse culpa da mulher, que a mulher volta com o cara sempre, ele não reconhece o ciclo, o ciclo da violência, inclusive ele falou que mulher que volta com o cara merece apanhar. Isso ele falou na minha frente, na frente da secretária de estado.”


Jornalista: “O Comandante da PM?”


Advogada: “O Comandante da PM, que faz parte da rede proteção da mulher, eu fiquei assim (gesto). Eu falei como, como? Agora eu entendi, agora eu tô entendendo.”


No pedido de retratação encaminhado ao presidente da OAB, Rodrigo Ayache, o coronel Luciano Dias Fonseca nega ter participado da reunião em que teria ocorrido o diálogo acima. Ele também diz que tampouco fez a fala descrita pela advogada.


“Muito pelo contrário. Em meu comando, tenho direcionado esforços e recursos para a causa, com ampliação da Patrulha Maria da Penha e apoio na capacitação continuada de toda a tropa para o atendimento deste tipo de ocorrência. A fala da referida advogada atinge sobremaneira minha imagem como homem público e comandante de uma das maiores instituições públicas deste estado, além de ofender a minha dignidade pessoal”, ele afirma.


Luciano Dias Fonseca pediu que a advogada fizesse retratação de sua fala, no mesmo horário e programa, esclarecendo que a afirmação atribuída a ele não partiu de sua pessoa. Ele ainda solicitou que ela “realize gestão” junto ao programa para que o trecho da entrevista seja retirado do ar o mais rápido possível, além, ainda, que a OAB apure e tome providências referentes à conduta da advogada de imputar fala inapropriada a ele.


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