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A Expoacre que existe e a crise climática que não existe

Semana de Feira Agropecuária em Rio Branco é semana de mais nada. Não sobra atenção para outro sentido que não seja o do parque de exposições, onde se concentram as atividades do ramo agropecuário do Acre, mas não apenas. A feira agropecuária abriga uma grande variedade de atividades e mais o próprio governo, que “se muda” pra lá com representações de todas as suas secretarias. 


Durante nove dias, os empresários expõem suas atividades, demonstram seus produtos e inovações, realizam negociações bancárias, estabelecem parcerias, vendem e compram. Restaurantes, bares e pequenos comércios se instalam, disputando a preferência dos frequentadores que dia a dia enchem o espaço, atraídos também pelos shows musicais oferecidos todas as noites. E o governo? Ora e o governo expõe… o governo! 


Cada órgão público presente, incluindo os federais, programam palestras, worshops, oficinas, oferecem balcões de atendimento e informação, enfim, mostra a sua cara e seus projetos, sinalizando para o público em geral o rumo e a força do Estado, com particular interesse nas questões vinculadas à exploração da terra, sejam grandes ou médios e pequenos produtores. Uma boa combinação em que o privado e o público se dão as mãos para uma visão de futuro. O visitante pensa: “É por ali que vai o Acre”. 


Já na sua 48ª edição, a EXPOACRE vem efetivamente melhorando ano a ano, se expandindo, diversificando, qualificando e envolvendo seus quadros no sentido de bater uma espécie de meta. Há de se dizer que a deste ano foi melhor que a do ano passado e, certamente, pior do que a do ano que vem. Uma meritória disputa consigo mesmo faz com que mais recursos, mais servidores e mais criatividade se incorporem ao evento do ano.


Uma questão, porém, não é e, pelo jeito, ainda não pode ser respondida: O agronegócio (tomado aqui latu sensu) será efetivamente o centro dinâmico de nossa economia? Em outras palavras, dadas outras condicionantes que tangenciam sua declarada vocação edafoclimática, é este o papel do acre no contexto amazônico e brasileiro?


Trago este questionamento porque se, de um lado, há esforços reconhecidos deste governo estadual, digo, de 2019 para cá, e dos nossos parlamentares no sentido de promover as atividades agrárias, por outro, há no governo federal atual um inegável propósito de conter ou até retroceder na possibilidade de “agriculturar” o Acre. Em várias ocasiões o governo Lula da Silva externou, aqui e no exterior, seja diretamente ou através de outros membros, a disposição de submeter a Amazônia (Ver aqui), ao arbítrio internacional. Aliás, não apenas a Amazônia, mas toda a política ambiental brasileira. Entre um gole e outro de água (Ver aqui), Lula disse que é preciso uma governança global forte sobre as questões ligadas ao clima, ou seja, as soberanias nacionais, seus parlamentos, seus regulamentos que se explodam quando se tratar de ordenamentos emanados dos fóruns climáticos globais, os quais, sabem os menos ignorantes, a que propósito servem.


Então, sejamos sinceros e admitamos que todo o esforço do governo Gladson, de seus bons secretários de Agricultura e Diretores de Empresas, o primoroso trabalho da EMBRAPA, do SENAR e do SEBRAE, a colaboração das instituições de ensino, a cooperação indispensável da Federação da Agricultura, a participação dos governos municipais, a agenda da Secretaria de Planejamento recentemente recuperada em termos de plano de desenvolvimento, o empenho de parlamentares, enfim, todo o empenho público e privado no sentido de colocar o Acre em ascendência exponencial (isso pode ser feito) como produtor agrícola, precisa, por prudência, observar os sinais contrários já emitidos publicamente a nível federal. 


De Lula já se ouviu que a Amazônia não é lugar pra plantar soja. Hein? Foi em Rondônia dar uma olhada? Está sabendo que no Acre, a conversão de áreas de pastagens em áreas agrícolas pode em poucos anos decuplicar a produção de grãos – soja e milho? Sabe que a geração de empregos no campo pode ter oferta triplicada nesse processo? Intui, pelo menos, que a proximidade e acesso ao Peru potencializa enormemente a cadeia de proteína – suíno e aves? Parece que Lula da Silva não sabe disso ou, se sabe, não se importa. Se ele, Marina Silva ou outro qualquer puder exibir o Acre retrocedendo na exploração da terra, tanto melhor para o aplauso em alguma COP da vida.


A propósito, recomendo vivamente aos leitores que acessem uma palestra que obviamente a mídia escondeu, dada pelo Dr. John f. Clauser (AQUI), Prêmio Nobel de Física de 2022, há menos de 15 dias. Em apenas 13 minutos, para uma plateia de jovens cientistas coreanos, ele disse: 


– O mundo está inundado de MÁ CIÊNCIA E DESINFORMAÇÃO; 


– A publicidade (marketing) transforma a verdade percebida em verdade real a ser VENDIDA; 


– A verdade percebida é maleável, ela muda conforme os INTERESSES (pensou em aquecimento global/mudanças climáticas?); 


– O IPCC (conjunto de cientistas que endossam o aquecimento global) é uma das PIORES e mais PERIGOSAS fontes de DESINFORMAÇÃO; 


– ACREDITO QUE NÃO HÁ CRISE DE MUDANÇA CLIMÁTICA e para ver isto basta usar a boa ciência; 


– Quando a verdade real não é politicamente correta, os políticos e mesmo os cientistas podem ser levados pela PSEUDOCIÊNCIA;


– CUIDADO! Se você estiver fazendo boa ciência isso poderá levá-lo a áreas politicamente incorretas;


– AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NÃO CAUSAM EVENTOS CLIMÁTICOS EXTREMOS.


Então, concordando com o Dr. John Clauser, Nobel de Física do ano passado, é o seguinte: O IPCC faz má ciência, não há crise climática, mudança climática não causa eventos climáticos extremos e tudo não passa de desinformação e pseudociência politicamente correta. Aliás, digo eu, milhares de cientistas pensam igualzinho, você não vê porque eles são vetados em mídias, congressos, revistas etc. A boa ciência foi trocada pela grana e pelos interesses geopolíticos do andar de cima.


Infelizmente, o governo lulopetista é a essência do politicamente correto e não titubeará, com apoio de políticos locais (embora ensaboados, de botina e chapéu) em vetar o caminho apontado pela EXPOACRE, o que deixa sem resposta concreta a indagação anterior, que refaço: O Acre, seu povo, seu governo e seus parlamentares poderão peitar o governo federal e impor sua agenda de desenvolvimento, ou sucumbirá à crise climática INEXISTENTE? O leitor, é claro, está livre para considerar que o Dr. John F. Clauser é um charlatão e acreditar na seringueira da avenida paulista e seus bate-paus.



*PS. Publiquei no último dia 31/7 um pequeno livro pela Editora UICLAP. O título é “Desaforos e Desaforismos (politicamente incorretos)”. Os interessados podem adquiri-lo AQUI.


Valterlucio Bessa Campelo escreve semanalmente no ac24horas.com e, eventualmente, em seu Blog e no site do jornalista e escritor Percival Puggina.