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Indígenas vão à Europa denunciar desmatamento com linhão no Acre 

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Uma comitiva dos indígenas Noke Koi, da etnia Katukina, de Cruzeiro do Sul, participa nesta quinta-feira, 4, em Amsterdã, na Holanda, do encontro sobre as temáticas de direitos indígenas e preservação do meio ambiente durante a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas.


O pajé Romeyá Kamarati, vai denunciar o desmatamento que o linhão de energia elétrica vai causar na terra deles e a tentativa do governo federal de entregar os territórios indígenas para o agronegócio.

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Romeyá Kamarati, o pajé dos Katukina, que  é  convidado de honra da Fundação Forest Forces, do criminologista ambiental Dr. Tim Boekhout Van Solinge, acredita que a participação  no evento será importante para dar visibilidade à  situações e  desafios vividos na floresta Amazônia não só pelos Noke Koi, mas por todos os povos indígenas.


Ele defende investimentos de países ricos para o fortalecimento  dos conhecimentos ancestrais, de agricultura, artesanatos, cultura e  medicinas dos indígenas. “Queremos um intercâmbio de tecnologias e conhecimentos. O povo indígena está aberto a parcerias e iniciativas para o desenvolvimento, desde que seja com a floresta em pé e respeitando o nosso modo de vida”, destaca.


Com relação às torres de energia elétrica do linhão que liga o Vale do Juruá ao Sistema Nacional,  Romeyá diz que haverá desmatamento na terra indígena para a implantação dos equipamentos. “Precisamos  preservar as nossas medicinas. Quando se passa com essas construções que só favorecem o não indígena, como é que nosso povo irá viver? Vai ser necessário abrir campo, desmatar mais dentro do nosso território que já não tem muita caça, vivemos em situação de insegurança alimentar por causa dos caçadores invasores, porque a necessidade de destruir mais floresta? Não consigo compreender o caminho que segue o não indígena, derrubar árvores para construir torres de energia dentro da floresta? Isso não é desenvolvimento, isso é retrocesso. Que pensamento tão errado é este que diz que uma torre de energia tem mais valor que uma antiga e ancestral Samaúma?”, indaga ele, que vai  informar na Conferência a  violações do governo federal com relação aos indígenas.


“Bolsonaro quer destruir as terras indígenas, quer lotear os nossos territórios e entregar para o agronegócio, violando nossos direitos constitucionais e desrespeitando todos os povos indígenas do Brasil, toda nossa luta, toda nossa história, toda nossa ancestralidade”, conclui.


A participação dos Katukina no evento mundial  é um convite da Fundação Forest Forces, com o objetivo de promover um diálogo sobre as perspectivas indígenas na floresta amazônica.


A conferência organizada em Amsterdã, no Teatro Munganga, para ouvir o Povo Noke Koi, iniciará as 20h (Holanda) e será transmitida online para todo o mundo. O evento de mudanças climáticas também contará com a participação musical do Washme Noke Koi, músico e filho do Cacique Geral do Povo Noke Koi, Cacique Poá.


A ativista de direitos humanos indígenas, Maya, também é oradora dessa Conferência, denunciando o crescente desmatamento na Amazônia Acreana.


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