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Igualados pelos desmandos

Enquanto os acrianos assistem à prisão de três prefeitos do interior do Estado por fraude em licitações públicas, o Ministério Público Federal declara que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandava o megaesquema de corrupção na Petrobras.


Para o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Lula é o “comandante máximo” da roubalheira na estatal.


Do Planalto Central ao mais remoto município das regiões Norte ou Nordeste, a regra de nossos representantes públicos se assemelha à máxima de Gerson: levar vantagem em tudo.


Enquanto os políticos fraudam licitações, contratam funcionários fantasmas ou se juntam a empreiteiras para saquear os cofres públicos, ao povo falta o básico: saneamento, transporte público de qualidade, saúde e educação – entre outras coisas.


Não é à-toa que as campanhas às prefeituras não empolgam como dantes. Poucos são aqueles que se dedicam como outrora às candidaturas dos que desejam eleitos. E os que ainda se arriscam a investir tempo e dinheiro nos candidatos, o fazem – em sua maioria – visando algum benefício imediato ou futuro.


Na mesma toada segue o eleitor. No Acre, a classe política costuma reclamar da venalidade daqueles aos quais insistem – ora vejam! – em cabalar o voto.


Desacreditados de que a política possa voltar a ser um instrumento de mudanças coletivas – e não apenas de benefícios pessoais, como tem sido –, os eleitores se distanciam cada vez mais dos pleitos e dos nossos representantes.


Essa descrença não é alimentada pela indiferença do cidadão comum aos acontecimentos políticos, mas pelas reiteradas e múltiplas evidências de que se torna um mero joguete nas mãos dos buscam apenas dinheiro e poder.


Mesmo os municípios mais pobres e inadimplentes estão à mercê dos espertalhões. Eleitos com a promessa de que vão fazer de tudo para mudar a vida da população, os eleitos se empenham depois em transformar apenas a própria realidade financeira.


É no mínimo lamentável que um ex-presidente da República possa se juntar, nesse quesito, a prefeitos cuja mediocridade política pode ser contada pelos desmandos causados aos munícipes que os elegeram.


Resta-nos o consolo de que as leis têm valido para todos.


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