Parece que essa mistura híbrida do PMDB, meio governista e meio oposicionista, realmente está dando certo. Depois do domingo movimentado no Congresso Nacional, em Brasília, o PMDB ficou com as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com Eduardo Cunha (PMDB-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Isso significa que o partido dará as cartas no Congresso. A presidente Dilma Rousseff (PT) ficará como uma espécie de “ilha” cercada por peemedebistas por todos os lados. O deputado Eduardo Cunha já avisou que vai lutar por maior autonomia do legislativo. Renan, apesar das denuncias e desconfianças que pairam sobre a sua conduta, segue como um dos políticos mais poderosos da história da República brasileira. A verdade é que o PMDB conseguiu reunir nos últimos anos um capital político invejável. Tem o maior número de vereadores do país, a maior quantidade de prefeitos, governa mais estados brasileiros, tem a segunda maior bancada da Câmara Federal e a maioria dos senadores. Além disso, o PMDB tem o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) e seis ministros no atual Governo Federal. Realmente se o PMDB conseguir construir uma unidade interna poderá ditar os rumos do Brasil.
Sempre ao lado do poder
É justamente essa postura híbrida que permite ao PMDB escolher o seu lado político. E o escolhido é sempre o poder. Aquela máxima de que ninguém governa o Brasil sem o PMDB nunca foi tão verdadeira como agora.
Bancada do PMDB acreano
Com dois deputados federais, Flaviano Melo (PMDB) e Jéssica Sales (PMDB), o poder de articulação dos peemedebistas acreanos em Brasília será grande. Poderão exercer influência a favor do Estado junto à presidência da República e ao Congresso Nacional.
Sabendo usar não vai faltar
Todo esse poderio do PMDB se for bem utilizado pelas lideranças do partido no Acre poderá trazer bons resultados políticos. Agora, já na próxima eleição municipal, os peemedebistas acreanos terão a oportunidade de mostrarem se estão em sintonia com esse enorme capital político do partido.
Alegria de menino
Apesar de ter conquistado todos os cargos eletivos importantes do Acre, o deputado federal Flaviano Melo (PMDB), parecia um político iniciante depois da posse do seu terceiro mandato como federal. Era notável a sua felicidade. Pelo jeito, entusiasmo não irá lhe faltar para ter um bom desempenho.
Suporte familiar
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) e a ex-deputada Antônia Sales (PMDB) estão em Brasília. Eles ajudam articular a estrutura política do gabinete da filha, deputada federal Jéssica Sales (PMDB). A moça é sem dúvida a herdeira política da família.
Em alta
O senador Jorge Viana (PT) é atualmente um político de destaque no cenário nacional. Além de conduzir a sessão e a votação para a escolha do novo presidente do Senado, Jorge era um dos senadores mais requisitados pela grande imprensa.
Aclamação
Jorge Viana deverá ser reconduzido à vice-presidência da Casa por unanimidade. Apesar de ter sangue de executivo é inegável o seu talento de articulador no parlamento maior. Quem conversa com Jorge Viana sente que o político está num bom momento de vida.
O destino de Jorge
Muito se comenta de manobras políticas que poderão acontecer para Jorge Viana ser candidato ao Governo do Acre, em 2018. Eu particularmente não acredito nessa possibilidade. A sensação é que Jorge está se realizando no Senado e deve ir mesmo à reeleição.
Será que volta?
Um senador de um outro estado, que pediu para não se identificar, me chamou num canto no plenário do Senado quando soube que eu trabalhava na imprensa do Acre. Me perguntou quais eram as possibilidades reais do senador Sérgio Petecão (PSD) se reeleger.
A resposta
Na minha opinião, apesar das críticas de alguns setores da política acreana, Petecão não é carta fora do baralho. O seu partido, o PSD, está forte no atual Governo com o ministro das cidades Gilberto Kassab. Além disso, Petecão é bem articulado em Brasília e mantém proximidade com a sua base no Acre.
Os ventos da política
Agora, a reeleição de Petecão depende de quem serão os seus adversários em 2018. Serão duas vagas em disputa. Uma acho certo que será da FPA. Mas avaliando as mais recentes eleições no Acre, o povo não está dando tudo para um único partido.
Aposta
O ex-prefeito de Rio Branco, deputado federal Raimundo Angelim (PT) deverá ser um dos parlamentares mais atuantes da bancada acreana. Pelo menos uma das bandeiras que irá empunhar poderá dar retorno político eleitoral, o municipalismo.
Caminho das pedras
Angelim já viveu o drama de ser prefeito. Sabe das necessidades dos colegas das gestões municipais. Poderá agir para ajudar as 22 prefeituras do Acre. Angelim não é daqueles fanáticos ideológicos que só querem ajudar os “companheiros” do PT.
Sonho próximo de ser realizado
Nesta terça, dia 3, o deputado federal Sibá Machado (PT), deverá ser confirmado como líder da maior bancada da Câmara. Um petista fiel muito bem articulado com as forças nacionais do seu partido. O ex-plantador de pimenta do reino, está com moral em Brasília.
Tempos de “vacas magras”
Todos os políticos que entrevistei em Brasília durante as posses e eleições das mesas diretoras do Senado e da Câmara tiveram um ponto em comum nas suas falas: a crise econômica que o Brasil viverá em 2015. O pessimismo ronda o país e os parlamentares já estão respirando esse clima. Os da base governista acham que Dilma terá enormes dificuldades para tocar o barco pra frente e precisará muito dos aliados. Os da oposição preparam novas denúncias de escândalos e corrupções contra o governo petista. Realmente o clima eleitoral radical que o Brasil viveu em 2014 ainda não se dissipou. Esperemos que toda essa fumaça não represente um fogo nas mesmas proporções. Afinal, em tempos de crise, quem acaba sofrendo mais são os trabalhadores e as classes menos favorecidas.
