A reportagem do ac24horas Play esteve na tarde deste domingo (28) no bairro Triângulo Novo, especificamente na rua Padre José, uma das vias já atingidas pela inundação provocada pela cheia do Rio Acre, que alcançou 15,08 metros, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil Municipal.
No local, a equipe constatou que o nível do rio continua subindo de forma contínua, e as águas já tomaram parte do bairro Triângulo Novo. Na passagem da rua Padre José, o tráfego de veículos está bastante comprometido. Alguns carros ficaram impossibilitados de atravessar e permanecem do outro lado da via. O ponto marca a divisa entre os bairros Triângulo Novo e Taquari, onde motoristas enfrentam grandes dificuldades para seguir viagem. Viaturas da Polícia Militar só conseguiram passar pelo local por se tratarem de caminhonetes.
Morador antigo da região, Ademir, que vive no bairro há mais de 35 anos, relatou a rapidez com que a água avançou. “Rapidamente a água chegou aqui e cobriu a rua. Passou um dia e uma noite chovendo. Quando foi de manhã, a água já estava chegando aqui na rua”, afirmou. Ele contou ainda que já presenciou diversas alagações ao longo dos anos e destacou uma das mais graves. “Acho que foi em 2005. Teve umas duas alagações grandes, grandes mesmo. Eu moro num canto um pouco mais alto, mas a casa não é muito alta não. A minha casa é baixa, só que o terreno é um pouco mais elevado”, explicou.
Outra moradora entrevistada foi Rosa Maria, de 48 anos, que vive no bairro Triângulo há mais de 15 anos. Ela relatou o cansaço causado pelas recorrentes enchentes. “Já estou ‘feia’ de tanto tirar móveis e ir para o Parque de Exposições”, disse, referindo-se aos abrigos utilizados durante as cheias.
Rosa também relembrou uma perda irreparável ocorrida durante uma das alagações. “Já perdi até um filho. Nós estávamos no Parque de Exposições. Depois viemos para cá, quando a água estava baixando. Aí ele foi tomar banho no rio e morreu afogado, aqui nesse Rio Acre”, relatou, emocionada.
Sobre o momento atual, a moradora destacou o medo constante vivido pelas famílias da região. “Nós ficamos à flor da pele. Qualquer hora a água pode chegar nas nossas casas e a gente tem que retirar tudo de novo. É muito sofrimento pra nós que somos moradores daqui”, concluiu.


















