A Polícia Civil do Amazonas prendeu três homens em Manaus durante a segunda fase de uma operação que investiga uma rede de exploração sexual infantil no estado. A ação chama atenção para um grave e silencioso crime que afeta crianças e adolescentes em todo o país: o abuso e a comercialização de imagens de cunho sexual envolvendo menores de idade, muitas vezes praticados por pessoas próximas às vítimas.
Um dos casos mais chocantes revelados nesta fase da operação envolve um homem que vendia fotos íntimas dos próprios filhos a um líder religioso já preso na primeira etapa da investigação, em março. Segundo a polícia, o pai também permitia que o suspeito ficasse sozinho com o filho adolescente, situação em que os abusos teriam ocorrido mediante pagamento.
A investigação teve início com a prisão do líder religioso de 38 anos, acusado de usar um projeto social para se aproximar de crianças e adolescentes e cometer os abusos. A análise do celular do investigado revelou uma rede de contatos envolvidos no compartilhamento de material pornográfico infantil e na tentativa de aliciamento de novas vítimas.
Outro preso nesta segunda fase é um homem que trabalhava como motorista de aplicativo e vigilante em uma escola. Ele teria solicitado conteúdo infantil ao líder religioso e admitiu que era incentivado a recrutar mais vítimas para a rede.
As prisões ocorreram entre os dias 14 e 15 de julho nos bairros da Paz, Cidade de Deus e Compensa, em diferentes zonas da capital amazonense.
A operação reforça o alerta para o papel da sociedade no combate à exploração sexual infantojuvenil. A denúncia é fundamental para a identificação e responsabilização dos envolvidos nesse tipo de crime. Casos suspeitos podem ser comunicados ao Disque 100, à Polícia Civil (181) ou às delegacias especializadas.