O empreendedor e pesquisador acreano Daniel Filho, dono da Alimentos Instantâneos da Amazônia (AIA) é um dos destaques da mostra de bioeconomia do seminário Txai Amazônia, que acontece até sábado (28) na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco. Conhecido por transformar pratos típicos da Amazônia em versões em pó e instantâneas, ele expõe no evento uma linha de produtos que inclui tacacá, vatapá, cupuaçu, buriti, cajá, açaí e até molho de pimenta com tucupi.
Daniel já representou o Acre em eventos internacionais com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). “A gente viajou pra Portugal, pra Índia, Nova Délhi. E estamos aqui no Acre, no Txai Amazônia”, contou, destacando o alcance global dos seus produtos.
A ideia, segundo ele, surgiu de uma necessidade. “A gente viaja muito para outros países. Eu viajo pro Japão, já estudei na Austrália, e a gente sente muita saudade da comida da Amazônia. Então, a necessidade me levou a isso. Entrei no meu doutorado já pensando, focado nisso, para desenvolver esses produtos”, explicou.

Foto: Sérgio Vale
Entre os itens mais procurados estão o Cupuaçu Power, o açaí e o tacacá, todos instantâneos. Daniel afirma também que a marca do tacacá em pó já está patenteada. “Estou patenteando também a metodologia científica por trás do desenvolvimento de todos esses produtos”, disse o empreendedor.
Os produtos são desidratados por um processo chamado liofilização. “É um método de desidratação de alimentos. Você tem uma polpa de açaí congelada, coloca essa polpa dentro de uma máquina e a máquina vai evaporar a água. O que vai sobrar ali é só a polpa em pó”, explicou.
Além de comercializar os produtos no evento, Daniel busca apoio para expandir seu negócio. “Estamos nessa exposição para que as pessoas conheçam mais os nossos produtos e, se possível, atrair futuros investidores. Nosso laboratório de produção ainda é pequeno. A gente precisa montar uma fábrica de verdade para exportar para o Brasil todo e para o mundo”, disse.
Segundo ele, o investimento necessário para escalar a produção é de cerca de R$ 1 milhão. “Estamos buscando o investimento de um milhão de reais para poder aumentar nossa produção em larga escala”, revelou.
Os produtos estão à venda por R$ 25, com preço reduzido para compras no atacado. “Adotei um preço padrão de 25 reais. No atacado sai a 20. Para enviar pra outros estados, custa 30 reais”, explicou ele.