Além da ponte do Rio Tarauacá, cuja cabeceira está sendo refeita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), outras, como a do Rio Caeté, próximo à Sena Madureira, na BR-364, também apresentam problema e deverão passar por reparos.
Ao ac24horas, o superintendente do Dnit no Acre, Ricardo Araújo, informou que a interdição da ponte sobre o Rio Caeté, localizada a cerca de 5 km de Sena, está sob avaliação e depende de autorização de Brasília. A estrutura enfrenta problemas há mais de uma década e tem sido monitorada pelo órgão federal.
A notícia de interdição da ponte do Caeté preocupa empresários e a população geral em Cruzeiro do Sul, Feijó, Tarauacá e cidades do Vale do Juruá. A BR-364 é a única via de ligação entre a capital Rio Branco e demais cidades ao longo da BR, além dos cinco municípios do Vale do Juruá.
Segundo Araújo à reportagem, o Dnit aguarda diretrizes da sede em Brasília antes de tomar qualquer decisão sobre a interdição. “Com o que aconteceu lá no Tocantins, Brasília pediu para fazer a suspensão, só que eu só posso suspender depois que eu tiver com todo o alicerce da cabeceira de novo, para a balsa poder trafegar”, afirmou.
O superintendente também ressaltou a necessidade de um planejamento cuidadoso antes de qualquer interdição. “Antes disso, eu vou ter que comunicar as prefeituras, avisar todo mundo que a gente vai poder interditar, mas eu tô esperando a ordem de Brasília para fechar”, explicou.
Em um vídeo enviado ao ac24horas, um homem relata que já a partir da próxima semana, a ponte sobre o Caeté poderá ficar interditada por dois anos para o trabalho de reparos na estrutura. Neste período, segundo ele, os carros terão que ser atravessados em uma balsa que tem capacidade de levar um único caminhão por vez. “As cidades correm risco de sofrer desabastecimento e encarecimento dos produtos. Os caminheiros não vão querer vir pra essa região e enfrentar filas enormes e o valor dos fretes vai aumentar. Pedimos providências das autoridades porque ninguém vai aguentar dois anos nessa balsa aqui com um caminhão de cada vez. Precisamos de uma solução mais rápida“, afirma.
Ricardo Araújo garante que pediu à direção nacional do órgão, em Brasília, um levantamento da situação das pontes onde há problema de movimentação de solo, como a do Rio Caeté. Mas não adiantou sobre quando as obras vão começar e qual será a duração do serviço.
“Brasília realmente está fazendo um levantamento para ver todas as pontes que têm problemas sobre movimentação e essa é uma dessas pontes que está em movimentação. Ainda não está definido, mas Brasília vai nos passar a informação”, contou.
Erguida no inverno Amazônico
Em reportagem divulgada pelo governo do Acre em 2008, a ponte sobre o Rio Caeté foi construída em 210 dias, em pleno inverno amazônico, no período de chuvas. A travessia tem 210 metros de comprimento e 12,8 metros de largura e recebeu investimentos de cerca de R$ 10 milhões do governo do Estado e do Dnit.
Em agosto de 2023, a ponte ficou sob monitoramento do Dnit e funcionando com apenas uma via devido à problemas geológicos identificados no local. Na ocasião, foi construído um acesso, com uma ponte provisória, e houve o reforço dos blocos, que estavam sendo “atacados” pela movimentação geológica.
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