Estudo realizado por pesquisadores da Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária no Acre (Fundape) e divulgado no Boletim de Conjuntura Econômica desta semana do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre aponta que a nova fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, vai gerar cerca de 6.583 postos de trabalhos no Acre.
Retomado em fevereiro de 2023, o programa governamental virou lei em julho do mesmo ano e visa aprimorar a localização dos empreendimentos habitacionais, assegurando uma proximidade com o comércio, equipamentos públicos e transporte coletivo. No Acre, há previsão para execução, entre 2024 e 2025, o valor de aproximadamente R$ 390 milhões com a construção de 2,4 mil unidades habitacionais, segundo o estudo.
Os pesquisadores avaliaram os impactos sobre os postos de trabalho e a massa de rendimentos na economia acreana durante a execução do programa. Conforme o levantamento, três entes são responsáveis pela execução do programa no Acre: Governo Estadual, Prefeitura de Rio Branco e Prefeitura de Cruzeiro do Sul.
A capital Rio Branco será beneficiada com 2.200 unidades habitacionais e Cruzeiro do Sul e Xapuri com 100 unidades cada. Ao todo, a capital acreana detém 91,67% das casas que serão construídas, enquanto os demais municípios detém 4,16% do total do estado.
Sobre o total de empregos gerados durante a execução do programa, 3.989 serão gerados pelo governo em Rio Branco e em Xapuri, 2.348 pela Prefeitura de Rio Branco e 246 pela Prefeitura de Cruzeiro do Sul.
“É importante destacar que os postos de trabalho serão gerados ao longo da execução da política pública e distribuídos especialmente em Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Xapuri. Além disso, os postos de trabalho que serão gerados em maior quantidade estão vinculados a trabalhadores semiqualificados”, destaca o pesquisador e professor Rubicleis Gomes.
Já quanto aos postos de trabalho indiretos, aqueles que não estão diretamente ligados à atividade principal de uma empresa ou setor, mas são gerados como resultado das operações ou do impacto econômico dessa atividade, o estudo aponta que serão gerados, aproximadamente, 3.857 novos empregos.
“Caso a execução do programa se dê pelo período aproximado de 24 meses, teremos uma criação de postos de trabalhos indiretos de aproximadamente, 161 postos de trabalhos mensais no Acre”, ressalta o professor.
Impactos sobre a massa de rendimentos
Nesse aspecto, a pesquisa aponta que, ao final de 12 meses, estima-se que a economia sofra um impacto de aproximadamente R$ 211 milhões. Em média, os trabalhadores com semiqualificação irão se apropriar de 75,41% da massa de rendimento, gerado ao longo da execução do programa, o que equivale a aproximadamente R$ 159 milhões. Por sua vez, os trabalhadores com alta qualificação se apropriarão de 18,80%, equivalente a R$ 40 milhões aproximadamente.
Sobre a concentração dos rendimentos gerados pelo programa, a pesquisa revela que a capital acreana irá apresentar um acréscimo nos rendimentos do trabalho de R$ 195 milhões. Xapuri e Cruzeiro do Sul irão gerar aproximadamente R$ 8,6 e R$ 7,60 milhões, respectivamente. Esses valores devem ser transformados em sua integralidade em consumo das famílias.
“Ficou evidenciada a existência de um grande efeito multiplicador dos investimentos em construção civil sobre a geração de postos de trabalhos (diretos e indiretos) e sobre a massa de rendimentos. É possível identificar de forma clara que uma política de habitação perene contribui de forma intensa para geração de emprego e renda”, diz o estudo.
A pesquisa acrescenta que programas habitacionais devem ser oriundos de uma política de estado, ao nível estadual e municipal, e não da política de uma gestão de governo. “Estado e prefeituras devem somar forças para construção de uma política habitacional que, junto com a geração de emprego e renda, traga dignidade ao cidadão”, conclui o boletim.
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