Uma grande injustiça. É assim que o motorista Luiz Jesser do Vale Pereira, demitido da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), se refere ao caso que culminou com a perda de seu emprego.
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Jesser era motorista da caminhonete oficial flagrada em Cobija, na Bolívia, e que conforme uma sindicância, o veículo teria saído de Rio Branco com a suposta missão de fazer uma entrega de doações da SEASDH no município de Assis Brasil, mas os dados de GPS indicaram que o carro não foi à cidade fronteiriça. Em vez disso, o carro se dirigiu à Cobija com o provável fim da realização de compras.
A sindicância encerrada em setembro passado, apontou pelo menos nove irregularidades, envolvendo crimes de responsabilidades, peculato e improbidade administrativa, citando o então secretário da pasta, Alexander Santos de Carvalho, Wilsilene Gadelha Siqueira, secretária-adjunta, e o motorista Luiz Jesser.
Ocorre que ficou comprovado que não era Jesser quem dirigia o veículo, e sim, um assessor pessoal do então secretário Alex, Antônio Romão Maciel da Silva, que sequer possuía qualquer vínculo com a secretaria.
Jesser afirma que, mesmo sendo inocente e não tendo dirigido o veículo até Cobija foi o único penalizado. “Eu não posso ficar calado diante de uma injustiça dessas. Eu tenho quatro filhos e uma neta que dependem de mim. Trabalho há muitos anos como motorista, já dirigi para cinco secretários de estado e a minha conduta sempre foi correta”, afirma.
O motorista teria sido demitido por conceder sua senha à Maciel para que o mesmo fizesse o abastecimento do veículo. “Ele pegou o carro com autorização do secretário Alex e precisava abastecer o carro durante a Expoacre, já que estava dirigindo o veículo. Eu dei a minha senha porque o veículo precisava ser abastecido. A partir daí, o Maciel passou a usar a minha senha outras vezes sem eu saber, inclusive levando o carro para Cobija, que não era do meu conhecimento. Todo mundo sabe que ele ficava com o carro, mesmo sem ser nomeado”, explica.
Jesser diz que tem feito todo o esforço para corrigir a injustiça, mas que não teve nenhum apoio até o momento. “Eu não tive direito nenhum, falei com a diretora de direitos humanos Joelza Pontes que não me atendeu, procurei a atual secretária Zilmar que virou as costas para mim e a sensação que tive foi de que a gente não serve para nada, tinham que ter levantado o processo e verificar que eu não fiz nada. Eu não tenho motivo para ser exonerado. Estive na Casa Civil hoje e o doutor Cristóvão me disse que o processo nem foi finalizado. Ou seja, só sobrou para mim, que não devo nada”, afirma.
Apesar da sindicância ter apontado diversas irregularidades, apenas Jesser foi penalizado, já que após ser exonerado do cargo de secretário, o Pastor Alex foi nomeado em uma CEC-7 na própria SEASDH e a secretária-adjunta Wilsilene Gadelha permanece na função.